Suboficial da Marinha abre a boca e diz que: “Generais não representam a tropa… têm que comandar só dentro do quartel… vamos nos reagrupar.”
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Uma das lideranças dos militares que foram para o Congresso Nacional, suboficial Cláudio Cunha, militar da Marinha e residente no Rio de Janeiro, disse: “. .. a partir de agora vamos nos reagrupar em todo o país… hoje nos vimos mais uma vez a covardia dos generais junto com o ministério da defesa… nós temos que ser fortes… oficiais generais tem que comandar dentro do quartel, aqui fora não, eles não representam a tropa ”.
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O militar faz parte de um grupo que tem viajado com freqüência do Rio para Brasília em busca de mudanças no PL1645/2019. Cunha viaja com a ajuda de vaquinhas feitas em grupos de whatsapp. Ele disse à Revista Sociedade Militar que acredita que é hora dos militares graduados construir sua própria representatividade já que oficiais generais – na sua opinião – não são defensores dos praças em questões que se resolvem por meio da política, como é o caso em tela.
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Outro Militar graduado, o suboficial Marcio, residente em Brasília, disse que: “esse PL começou a mudar a partir de agora, nunca mais as forças armadas serão as mesmas, como graduados seremos mais respeitados, como aquilo que nós somos, cabeças pensantes e inteligentes”. O Militar se refere a inesperada e voluntária organização dos militares que não foram ouvidos na época da elaboração do projeto de lei e que – por conta da insatisfação com as injustiças ali contidas – mesmo sem ter condições financeiras ou associações organizadas, conseguiram mobilizar vários parlamentares em favor das mudanças que desejam e mais do que isso, já conseguiram mais de 150 assinaturas para levar o projeto para a discussão no plenário da casa.
Também na graduação de suboficial, outro militar diz que “O projeto de lei já foi mudado por conta de nossa mobilização, os generais já perderam os 10% que queriam papar na reserva, mas não conseguimos passar isso para os praças, eles enganaram todos ao dizer que passarão para os praças que comandam pois se existir 200 praças comandando é muito. Mas já estamos ganhando, a defesa com toda a sua estrutura ficou acuada, com medo de passar vergonha e se for para o plenário, como vocês mesmo disseram na RSM, vai ser uma vergonha para os generais”, disse o Suboficial Silva.
Graduados prometem continuar a luta para conquistar adeptos para as suas propostas. A grande imprensa, por sua vez, está cada vez mais interessada na questão.
Revista Sociedade Militar