Caça as bruxas! Procedimentos administrativos indicam que forças vasculham redes em busca de militares que discordam do posicionamento oficial das Forças Armadas
Uma postagem simples em um campo de comentários pode ter como conseqüência uma punição exemplar e até fazer com que uma pessoa seja trancafiada em uma cela fétida em algum quartel do país.
A Revista Sociedade Militar foi informada que vários de seus leitores tem sido notificados oficialmente de que serão abertas sindicâncias para apuração de supostas infrações em postagens nas redes sociais e campos de comentários de sites militares.
Documentos aos quais a Revista Sociedade Militar teve acesso levam a crer que a DEFESA e comandos militares mantém profissionais investigando as redes sociais em busca de militares da ativa e reserva que fazem comentários que se confrontem com o posicionamento do alto escalão das Forças Armadas.
Um ofício emitido pelo Gabinete do Comandante do Exército enviado a organização militar em certo local do país diz: “esse gabinete tomou conhecimento de que o subtenente XXXX comentou artigo XXXX publicado na Revista Sociedade Militar”, “solicito determinar a apuração do fato” e “adotar as medidas cabíveis… ou encaminhamento do fato para a justiça militar”.
Ouvimos alguns profissionais do direito e vários deles declaram que a própria força terrestre pode ser a causadora dessa situação, pois o Ministério da Defesa teria divulgado vários vídeos com militares da ativa, oficiais e praças, se posicionando a favor de um projeto de lei em discussão no CONGRESSO NACIONAL.
“só podem estar vasculhando sites militares… redes sociais. Na medida em que o próprio Ministério da Defesa coloca um sargento, um major da ativa opinando sobre o projeto de lei, ou seja, claramente participando de uma discussão política que é bastante polêmica no Congresso Nacional, o mínimo que se poderia esperar é que a coisa esquente muito e outros militares da ativa e pensam de forma diferente se acém no mesmo direito e acabem também se manifestando. Esse país ainda é uma democracia… ou não?”
Outro advogado comenta: “e a vida privada, a inviolabilidade… quem autorizou a infiltração? E se há pessoas lá incitando uma discussão mais acalorada?”
Advogado que chefia subcomissão de direito militar da OAB declarou para a revista sociedade militar que em um site militar chegou a questionar um perfil que se declara do Centro de Inteligência da Marinha e faz comentários bastante ásperos, incitando o acirramento dos ânimos no espaço virtual.
N.E: Nomes, locais e texto transcrito foram modificados para dificultar a identificação das fontes.