O político Jair Bolsonaro ainda há bem pouco tempo era considerado como membro do chamado baixo clero da câmara dos deputados. Dono de propostas que favoreciam os militares das Forças Armadas e policiais, direito à aquisição e porte de armas de fogo e outras consideradas como extremistas no quesito politicamente incorretas, como a castração química de pedófilos, era praticamente ignorado pela imprensa brasileira e pouquíssimo apoiado por seus pares deputados, que chegavam a evitar aparecer em fotografias ao seu lado.
Contudo, apesar de penosa, a prática de lutar contra gigantes não era nada novo para o Jair. Nos anos 80, ainda como capitão, Jair Bolsonaro ousou se posicionar contra as poderosas Forças Armadas do fim do regime militar. O todo poderoso general Leônidas Pires Gonçalves queria vê-lo longe das fileiras do Exército e não fosse a lealdade que para com ele possuíam os graduados e oficiais de baixa patente, teria conseguido expulsá-lo.
O Jornal A Tribuna de 4 de setembro de 1986 dizia, sobre uma possível prisão de Bolsonaro: “assim que a notícia se espalhar muitos outros oficiais se apresentarão presos e os desdobramentos serão inevitáveis…”. De fato os generais temeram uma grande revolta ou pelo menos que surgissem outros “mitos” caso Bolsonaro fosse excluído do Exército.
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Veja o artigo:Entenda e divulgue. Bolsonaro NÃO FOI expulso do Exército, apesar de ter enfrentado os generais no final do REGIME MILITAR.
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Com o apoio dos graduados Jair foi eleito vereador pela cidade do Rio de janeiro e foi aí que se iniciou sua caminhada política.
Panelaços, caminhadas, manifestações e discursos inflamados contra arbitrariedades dos generais marcaram o início de sua carreira política como vereador e deputado federal. Desde cedo fugiu dos privilégios, se negando inclusive a utilizar um veículo oficial da Câmara dos Vereadores do Rio de janeiro.
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Construído pela própria sociedade
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Nos últimos anos, sobretudo depois de escândalos como mensalão, petrolão e outros, a sociedade brasileira, cada vez mais ativa nas redes sociais, aos poucos foi filtrando quem seriam os nomes capazes de realmente se dispor a remar contra a corrente e a pessoa de Jair Bolsonaro, sem vínculos com a corrupção e nem mesmo lealdades institucionais, se sobressaiu naturalmente.
Após as batalhas épicas contra nomes como Jean Wyllis e Maria do Rosário, todas as baterias da imprensa se voltaram contra o deputado e capitão da reserva e lhe renderam acusações de fascismo, nazismo e até misoginia. Mas, para espanto dos analistas das grandes redes, o efeito causado foi justamente o contrário, a cada novo ataque o político antes sem expressão se tornava cada vez mais conhecido e a escalada de apoio ao seu nome de tornou impossível de ser contida. Aos poucos foi transformado em uma espécie de Davi, o único que ousava se posicionar contra o “Golias” da política tradicional.
Muito mais do que eleito apenas por votos de protesto, o candidato Bolsonaro venceu as eleições porque se deixou re-construir pela própria sociedade, que nas redes sociais desenvolveu o que se chama de inteligência coletiva.
A construção BOLSONARO é talvez um dos maiores exemplos do que pode ser construído pela mente coletiva, algo que jamais poderia ter-se criado por uma só pessoa por mais inteligente que fosse ou mesmo por um grupo de pessoas reunido com o objetivo de descobrir qual era o perfil exato do candidato que a maior parte da sociedade desejava. Um grupo, por mais inteligente e preparado que fosse, teria uma percepção apenas parcial do problema a solucionar, não teriam ciência de tantas variáveis, tantas necessidades. O candidato surgiu do trabalho interativo de milhares de pessoas, várias inteligências colocadas em interação pelos muitos sistemas tecnológicos digitais existentes, para responder exatamente à demanda exigida naquele momento.
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Como acima colocado, coube a Bolsonaro perceber exatamente qual era o perfil exigido e deixar-se amoldar, permitir-se ser reconstruído exatamente da forma que a inteligência coletiva exigia.
Às vésperas das eleições de 2018 os únicos que não acreditavam que Bolsonaro seria eleito eram os próprios grandes institutos de pesquisa ligados às grandes redes de TV, que insistiam em apresentar sua derrota em quadros comparativos com diferentes candidatos nos dois turnos.
Em visita recente ao Nordeste – na última semana de julho – o presidente Bolsonaro impressionou muito ao ser recebido por multidões de pessoas de todas as classes onde quer que fosse. Não foi necessário que um partido, sindicatos ou associações convocassem membros ou que ônibus fossem fretados para que multidão estivesse a sua espera.
O homem que conseguiu de fato levar água até onde antes ela não existia, cumprindo uma promessa feita há décadas por diversos mandatários diferentes, é uma pessoa humilde, suas falas – sempre curtas e diretas, quase ao estilo matuto de se comunicar, frequentemente são consideradas como afrontas àqueles que não admitem que o curso das coisas seja mudado. Talvez a simplicidade e franqueza sejam parte da formula mágica que aos poucos o está transformando em um dos maiores políticos dos últimos tempos nesse país, não só em número de obras concluídas, mas também em popularidade.
Bolsonaro obviamente não está agradando a todos, isso é tecnicamente impossível, mas é fato que pesquisas recentes e pouco mencionadas pela grande mídia indicam que a aprovação cresce de maneira assustadora.
Algumas imagens das multidões que receberam Bolsonaro em sua última viagem ao nordeste, passando por locais pouco visitados por políticos tradicionais.