A Baixada Fluminense compreende vários municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro, estima-se que o número de militares das Forças Armadas na reserva e ativa, pensionistas e dependentes que residem na região ultrapasse a casa de 150 mil pessoas. Todo esse pessoal é obrigado a se deslocar por até mais de 50 quilômetros para ser atendido em um hospital militar como o Marcílio Dias, da Marinha do Brasil, que fica nas proximidades do centro da capital carioca.
Queimados | Hospital Marcílio Dias – Lins | 57 quilômetros |
Queimados | Hospital central do Exército – Benfica | 50 quilômetros |
Japeri | Hospital Marcilio Dias | 79 quilômetros |
Belford Roxo | Hospital Marcílio Dias | 45 quilômetros |
Um atendimento de pequena urgência, como um corte, uma tonteira, ou consultas ambulatoriais acabam demandando uma viagem de até três horas, a depender do número de engarrafamentos. A família militar que reside na região sofre há anos com essa sina de ir e vir para o centro da cidade para consultas, exames e outros procedimentos. Muitos militares e pensionistas, vários deles idosos, saem de casa de madrugada com o objetivo de conseguir uma senha para atendimento.
A proposta de criação de um ambulatório para as três Forças Armadas na Baixada Fluminense, que funcione nos mesmos moldes do Hospital das Forças Armadas em Brasília, com profissionais da área de saúde das três forças, foi apresentada ao Ministério da Defesa por um grupo de graduados da Marinha e Aeronáutica.
Antes da apresentação ao Ministério da Defesa o grupo fez o “dever de casa”, articularam com deputados federais e prefeitos para garantir as verbas oriundas de emendas parlamentares e o terreno para a construção das instalações. Segundo Marcio Rodrigues, militar da FAB e um dos autores, a preferência é que seja nas proximidades da divisa entre os municípios de Duque de Caxias e Belford Roxo, locais onde residem algumas dezenas de milhares de beneficiários do sistema de saúde das Forças Armadas, com possibilidade de assistir também os militares que residem em municípios como Magé, São João de Meriti e outros.
Segundo Márcio Rodrigues, às Forças Armadas caberia somente as despesas relacionadas a insumos e pessoal para o funcionamento. Ressalta ainda que não haveria necessidade de contratar ninguém, apenas deslocar o pessoal que trabalha nas unidades próximas do centro da cidade, que com a criação do ambulatório acabarão recebendo menor número de pacientes.
Áureo Ribeiro, deputado federal do Solidariedade, já declarou que vai patrocinar o projeto. Em 2020 o parlamentar destinou mais de 10 milhões de reais em emendas direcionadas à saúde. Outro parlamentar, a deputada federal Daniela do Waguinho (MDB), que também direcionou valores similares para emendas, no momento analisa a proposta, ela é esposa do prefeito de Belford Roxo e os organizadores aguardam ainda sua resposta.
O prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), assumiu o compromisso de ceder o imóvel e infraestrutura, como esgoto, água e outras condições necessárias para a construção do ambulatório para as três Forças Armadas, essa semana o político – em mandato – reforçou o compromisso por meio de um vídeo, que já circula nas redes sociais.