Uma fotografia que mostra uma família em momento solene na Índia, após a morte de uma pessoa muito querida, pode ser comprada por um jornal do Brasil por cerca de 3 mil dólares.
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Quanto mais dolorosa, quanto mais chocante for, maior é o valor da imagem para a mídia, que lucra muito com o terror.
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Um site indiano, expressando indignação, relata que no país há uma verdadeira corrida em busca desse tipo de imagem. O articulista conta que drones com máquinas fotográficas têm sido colocados sobre locais de cremação para atender à demanda de fotografias para veículos de comunicação do ocidente.
Em meio a uma onda crescente de Coronavírus, a Índia se tornou o centro das atenções da mídia em todo o mundo. Isso levou a uma cobertura mais ampla da Índia na imprensa mundial, com foco nas imagens da pira funerária hindu tradicional como uma forma de “chocar” seu público não indiano… (https://www.opindia.com/)
Embora seja fato que nos últimos dias as atenções tenham sido atraídas para a Índia, esse tipo de coisa ocorre também por aqui, no Brasil.
Uma imagem registrada em um cemitério de Manaus em19 de maio de 2020, que retrata uma família abraçada, chorando, pode ser vista em nada menos que 558 sites ligados à agências de notícias, mostrados pelo google Brasil.
Isso significa que se todos esses veículos adquiriram legalmente o direito de veicular a imagem, vendido por 3 mil reais, a empresa pode ter arrecadado até 1 milhão e 600 mil reais somente com o registro da tragédia pessoal daquela família.