A crise na Europa já dura várias semanas e com isso é cada vez maior o número de pessoas que acreditam que há possibilidade de uma escalada a ponto de o planeta ser mergulhado em uma guerra nuclear. A Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear (DRS),recebeu solicitações de informações sobre como os brasileiros devem se proteger em caso de ataques nucleares contra os ESTADOS UNIDOS e EM SOLO BRASILEIRO.
Veja as respostas.
Prezado(a) Cidadão(ã), Em resposta à solicitação 01217.001979/2022-84, a Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear (DRS), desta Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), informa que:
1. Em caso de ataques com armas nucleares no Hemisfério Norte, quais providências a população civil deve tomar para se proteger da radiação e demais complicações.
Resposta: As ações a serem tomadas dependem do impacto radiológico gerado em cada país e de suas políticas de saúde e planejamento e resposta à emergência, mas de forma geral em caso de dispersão de material radiativo no ambiente, acima dos níveis considerados seguros, (devido a armas nucleares ou outros fatores) há duas possibilidades para a proteção da população contra os efeitos da radiação na população.
É importante observar que, essas alternativas dependem de diversos fatores e, portanto, não devem ser adotadas sem a orientação das autoridades competentes.
Evacuação da área – Quando possível a melhor alternativa è se afastar da área com índices de radiação acima dos limites que causam algum tipo de dano. Para isso, há vários fatores que devem ser levados em consideração, tais como, capacidade de notificação à população, meios de evacuação e principalmente, orientações sobre os locais mais seguros para onde se deve evacuar, sendo que este último depende das características do espalhamento (ou seja, do tipo da fonte contaminante) e do deslocamento da pluma radioativa, que é fortemente dependente das condições meteorológicas e geográficas do local.
Abrigagem – Caso a radiação esteja muito alta no local, pode-se optar por manter a população dentro de casa com fechamento das aberturas, medida que pode reduzir significativamente as doses recebidas. Dependendo das condições meteorológicas a abrigagem propicia uma proteção momentânea até que a pluma radioativa passe pelo local, possibilitando uma evacuação posterior com impacto atenuado. Além disso, a população deve observar as restrições de ingestão de alimentos ou água, caso sejam estabelecidas.
A resposta acima seria aplicável para a parcela da população que esteja em condições de saúde razoáveis, pois em caso de risco de morte ou ferimentos/danos significativos a primeira providência é a busca de auxílio médico.
2. O Brasil possui algum protocolo para acidentes nucleares em solo brasileiro?
Resposta: Sim, para cada instalação nuclear do Brasil são elaborados Planos de Emergência para responder a acidentes.
Caso os acidentes previstos possam causar impacto para além do local das instalações, como é o caso das usinas de Angra, há um Sistema de Planejamento e Resposta a Emergência, coordenado pelo SIPRON/GSI (Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro), em conformidade com o disposto na Lei nº 12.731, de 21 de novembro de 2012, que estabelece ações de monitoramento, de proteção, de infraestrutura para as respostas necessárias e as responsabilidades associadas.
Esse sistema, que é testado anualmente, conta diversas organizações participantes tais como GSI, CNEN, Defesa Civil Federal, Estadual e Municipais, Forças armadas, IBAMA, INEA, Eletronuclear. Atenciosamente, Serviço de Informação ao Cidadão (SIC) Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)
Revista Sociedade Militar