Merece destaque a posição firme e incisiva do presidente Lula, em entrevista concedida à Globonews, em relação aos militares das Forças Armadas e Auxiliares que teriam participado ativamente da suposta tentativa de golpe em 8 de janeiro.
Lula vinculou-os, em sua maioria, à histórias de tortura durante o regime militar, demonstrando em sua fala o que para muitos é considerado como completo desrespeito em relação à cúpula das Forças Armadas.
“Todos que a gente descobrir que participaram dos atos serão punidos. Terão que ser afastados das suas funções e vão responder perante a lei”, avisou.
As declarações do presidente acabam escalando o clima já ruim entre governo e militares, com seguidos incidentes, como a dispensa abrupta de 13 membros das Forças Armadas que serviam no Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
“Aqui nós temos inteligência do Exército, nós temos inteligência do GSI, nós temos inteligência da Marinha, nós temos inteligência da Aeronáutica, ou seja, a verdade é que nenhuma dessas inteligências serviu para avisar ao Presidente da República, ou seja, que poderia ter acontecido isso. Se eu soubesse, na sexta-feira, que viriam oito mil pessoas aqui, eu não teria saído de Brasília.”
Lula quer uma Inteligência sem a presença dos militares e do conhecimento que só os militares têm sobre o país. Por que será? As mudanças acontecem em meio à desconfiança do petista em relação a militares após a invasão dos Três Poderes.
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