GENERAL HELENO DIZ QUE É UM GRANDE ABSURDO A DENÚNCIA CONTRA ELE NA PGR, POR TER AUTORIZADO GARIMPO
Reprodução/TV Brasil
De acordo com as informações dada colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo, o general Heleno, ex-chefe do GSI no governo Bolsonaro e militar do Exército na reserva remunerada, diz que é um absurdo ser denunciado para a Procuradoria Geral da República por ter autorizado, já no apagar das luzes do governo Bolsonaro, a exploração do ouro numa área fronteiriça nas proximidades da reserva Yanomami.
O aval para o chamado assentimento prévio, uma autorização necessária para empreendimentos como mineração na faixa de fronteira, foi dado por ele em 14 de dezembro de 2022. Segundo os documentos que registram a liberação, a área fica em Iracema (RR), a 7,8 km do território indígena.
O general da reserva foi denunciado à PGR pela deputada eleita Luciene Cavalcante (PSOL-SP), que o acusa ode não atuar pela proteção de terras indígenas e ainda de incentivar a atividade garimpeira na região. “Motivo pelo qual houve o aumento da invasão e violência contra esta população, assim como a contaminação por mercúrio de seus habitantes”, diz a parlamentar.
Questionado, Augusto Heleno não quis discorrer sobre a denúncia. “É um absurdo tão grande que não merece comentário”.
No ano passado, ao ser questionado pela Folha sobre a autorização, o ex-GSI disse que os “assentimentos prévios de garimpo têm um longo processo para que sejam regulados”.
Cavalcante requer a abertura uma investigação contra o general e que sejam adotadas medidas para anular as autorizações de garimpo concedidas por ele.
A MISÉRIA YANOMAMI
Vale destacar que, por causa do garimpo ilegal em TI Yanomami, os indígenas estão em situação de miséria na maioria das aldeias em estado de subnutrição, doenças e falta de tudo, inclusive alimentação e remédios. Algumas lideranças de ONGs e Autoridades chegam a falar em campo de concentração e genocídio planejado.
O estado de calamidade Yanomami começou com o incentivo público e declarado do Presidente Bolsonaro ao garimpo ilegal , no início do seu governo e que estimulou mais de 20 mil garimpeiros a invadirem a terra indígena yanomami, ao longo de 4 anos. Exploram ouro ilegalmente, por meio de equipamentos e logística garantido pelo crime organizado que atua na região. Os números é de associações de indígenas.
TRÁFICO DE DROGAS
Uma facção já detectada no controle dos garimpos e da pesca ilegal nas terras indígenas, é o PCC, que é reconhecida pelo Ministério da Justiça, como uma das maiores organizações criminosas do país que domina o tráfico de drogas. A suspeita é que o crime organizado usa o garimpo e a pesca para lavagem de dinheiro.
E no quesito tráfico de drogas, o general Heleno tem tido pouca sorte no assunto, já que por duas vezes o tráfico de drogas ficou próximo demais de suas decisões.
Na última vez, coincidentemente, a beneficiária do ato de assentimento prévio para o garimpo, Creusa Buss Melotto, concedido por ele, é uma mulher que já cumpriu pena de prisão por tráfico de drogas e que foi denunciada pelo MP (Ministério Público) por suspeita de receptação de pneus roubados.
“… Dar assentimento prévio a CREUSA BUSS MELOTTO para realizar pesquisa de minério em 1 (uma) área, incidente na faixa de fronteira, no município de Iracema, no estado de Roraima; de acordo com a instrução do Processo ANM nº 48080.884092/2022-72, o Ofício nº 52.592/2022/DIGTM/ANM; e a Nota – AP nº 369/2022-RF.” DO de 15/12/2022
Na primeira vez foi a apreensão pela Policia Civil espanhola em 25 de junho de 2019, no aeroporto de Sevilha de 39 quilos de droga na bagagem do sargento Manoel Silva Rodrigues, de 38 anos, membro da comitiva do presidente brasileiro Jair Bolsonaro em sua viagem à cúpula do G20, no Japão.
E a cada explicação do general Augusto Heleno, o escândalo do tráfico internacional de cocaína no avião presidencial, como ficou conhecido ficava menos esclarecido.
Fato é que, nenhum destes fatos prova ou afirma o envolvimento do general Heleno com o tráfico de drogas. Não mesmo. Mas falta de sorte ou não do ex-ministro do GSI, esse caso gerou tremendo bafafá nos corredores de Brasília, nos bastidores das Forças Armadas, na imprensa brasileira e também na imprensa internacional.
Mas enfim, resta aguardar para saber se a PGR aceitará a denúncia da Deputada eleita Luciene Cavalcante(PSOL-SP) ou ficará por isso mesmo. Absurdo ou não.
Fontes: Folha e Diário Oficial da União
Eliseu Mariotti/ Jornalista, Músico, Programador e Veterano da FAB
Revista Sociedade Militar