O jornal Folha de São Paulo noticia o interesse do embaixador da ditadura iraniana no Brasil, Hossein Garibi, em retomar um antigo acordo com o Brasil conforme o qual seriam vendidos 40 aviões da Embraer ao Irã.
Vale lembrar que, devido aos bloqueios econômicos impostos pelos Eua ao Irã – bloqueios seguidos por seus aliados da Otan – o país árabe sofre com uma frota de aviões comerciais bem antiga. Por isso, em 2016, houve negociação para a compra de jatos, um dos quais chegando a ser levado ao Irã para a realização de teste. Tudo teria mudado com a vitória de Donald Trump, que rompeu o acordo nuclear e aplicou sanções à ditadura iraniana, aliada da Rússia.
A Embraer, por medo de retaliação, cancelou a venda de aviões para o Irã.
Até que um amigo do Irã retoma o poder no Brasil…
Apenas comércio?
A olhos mais ingênuos trata-se apenas de mais uma transação comercial, que talvez seja até economicamente boa para o Brasil.
Mas não nos deixemos enganar: o comércio é sempre o caminho mais sutil para o estreitamento de laços e demonstração de lealdade. Afinal de contas, uma vez que somos brasileiros, é preciso perguntarmos para onde vai o nosso país. De que lado está o Brasil no cenário mundial? Até quando, sob o disfarce da neutralidade, as coisas vão acontecendo sorrateiramente seguindo o que determina um dos polos?
Vemos hoje com mais clareza o concerto das nações. A guerra na Ucrânia é uma boa demonstração de como cada país se posiciona e de quem são colaboradores, ainda que alguns façam mais veladamente. Como no pós-guerra, no que se denominou Guerra Fria, o mundo vai voltando a ser dividido em dois: os aliados dos Estados Unidos e os aliados da Rússia, antiga União Soviética.
Link da notícia na Folha – https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2023/02/ira-quer-comprar-40-avioes-da-embraer-no-governo-lula.shtml
Artigo escrito por: Servulo P