Como noticiado na Revista Sociedade Militar em janeiro, o Chefe do Estado Maior da Armada, o Vice-Almirante Carlos Eduardo Horta Arentz, publicou um Despacho Decisório em que liberava a entrada de embarcações militares iranianas em nosso território e tornou a autorizar a entrada em fevereiro.
Essa decisão representa um giro de 180º nas relações exteriores em comparação ao governo Bolsonaro, que, em contrapartida, nos colocava em rota de aproximação com os Estados Unidos.
Diz o Despacho publicado em Diário Oficial da União:
“AUTORIZO a visita dos navios “IRIS MAKRAN” e “IRIS DENA”, pertencentes à Marinha do Irã, ao porto do Rio de Janeiro-RJ, no período de 23 a 30 de janeiro de 2023.”
A pressão dos Estados Unidos
A nova orientação não soou bem nos ouvidos norte-americanos, que, por meio de sua embaixadora, a senhora Elizabeth Bagley, já tinham sugerido ao Brasil e demais países da América do Sul que não permitisse a atracação da Armada iraniana em seus portos, pois as embarcações seriam de “um país que financia o comércio de produtos ilegais e o terrorismo”.
— Esses navios, no passado, facilitaram o comércio ilícito e atividades terroristas. O Brasil é um país soberano, mas acreditamos fortemente que esses navios não deveriam atracar em qualquer lugar. Até o momento, não há nenhum outro país do hemisfério que tenha autorizado — disse Bagley ao fazer o apelo ao Brasil.
A recomendação norte-americana teria feito a decisão de liberar os portos do Rio de Janeiro ser postergada, a fim de não criar clima estranho com o presidente Biden, uma vez que o presidente Luís Inácio Lula da Silva já tinha viagem marcada para os Estados Unidos.