Na última terça-feira, dia 28 de fevereiro, o comandante do Exército, General Tomás Paiva, divulgou um documento com a diretriz de sua gestão. Na diretriz, o General afirmou que quer um Exército que atue como “instituição de Estado, apolítica e apartidária”.
“Os quadros da Força devem pautar suas ações pela legalidade e legitimidade, mantendo-se coesos e conscientes das servidões da profissão militar, cujas particularidades tornam os direitos e os deveres do cidadão fardado diferentes dos demais segmentos da sociedade”, escreveu o general. No documento, de 21 páginas, Tomás Paiva lista prioridades, objetivos e premissas que vão orientar a Força sob seu comando.
O General ainda declarou que os deveres do “cidadão fardado” diferem dos demais segmentos da sociedade, e fez questão de ressaltar que o Exército se pauta pelo respeito à Constituição.
“Os integrantes da Força, homens e mulheres, alicerçados no caráter de nossa gente e unidos pelo amor à pátria, trabalharão para que o Exército Brasileiro continue a cumprir suas missões previstas na Carta Magna, alinhado aos anseios da sociedade e aos valores e tradições nacionais”.
Nova diretriz atualiza partes de diretriz anterior
O General Tomás Paiva foi escolhido para o posto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 21 de janeiro. A publicação nesta terça-feira da diretriz é praxe no início das gestões dos comandantes.
No documento, o General fala sobre o “Fortalecimento da imagem do Exército como instituição de Estado, apolítica, apartidária, coesa, integrada à sociedade e em permanente estado de prontidão”. A diretriz anterior, do comandante Paulo Sérgio Nogueira, falava em “fortalecimento da imagem do Exército como instituição de Estado, coesa e integrada à sociedade”, sem a parte do “apolítica e apartidária”. O texto sinaliza, portanto, que o novo comandante não tem intenções de se envolver em questões políticas, partidárias ou ideológicas, e que o exército deve ser deixado de fora desses assuntos.
O comandante ressaltou que o Exército se pauta pelo respeito à Constituição.
A atual diretriz também menciona as mudanças climáticas como um dos desafios dos novos tempos. “Há questões que, por sua própria natureza, exigem soluções concertadas. As mudanças climáticas são o melhor exemplo, uma vez que fronteiras não restringem as forças da natureza”, diz o texto.
Uma respeitosa carreira militar
Tomás Miguel Ribeiro Paiva tem 62 anos e chefiava o Comando Militar do Sudeste desde 2021, sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele era o segundo na lista de generais que poderiam se tornar comandantes.
Experiente, iniciou sua carreira militar em 1975. Atuou em missão do Exército no Haiti como Subcomandante do Batalhão de Infantaria de Força de Paz e foi Comandante da Força de Pacificação da Operação Arcanjo VI, no Complexo da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro (RJ), em 2012.
Em 2019, assumiu o posto de general de Exército, o mais alto da carreira militar. Após isso, passou a integrar o Alto Comando do Exército, órgão colegiado onde são discutidos temas da Política Militar Terrestre e assuntos de interesse do comandante do Exército.
Também foi instrutor do Curso de Infantaria da Academia Militar das Agulhas Negras, Subcomandante da Companhia de Precursores Paraquedista, Ajudante de Ordens do Presidente da República e Assessor Militar do Brasil junto ao Exército do Equador.