O General Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência de Jair Bolsonaro (PL), disse em entrevista que não enxerga participação militar no caso recém revelado da apreensão das joias sauditas pela receita federal. Ele classificou o incidente como “surpreendente” e solicitou abordar o assunto com cautela. Santos Cruz também defendeu que os fatos sejam devidamente investigados e apurados.
Em recente entrevista, o General fez questão de salientar que o caso sobre as joias sauditas não tem nenhuma relação com os militares, apesar do uso de avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para tentar reaver os bens detidos pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Santos Cruz disse que “Precisamos de inquérito, mas não tem nada a ver essa questão militar. Acredito que qualquer investigação, se houver algum crime, vai ter de classificar a irregularidade. Só uma investigação vai esclarecer tudo. É uma área que não tinha nada a ver [com militares], era uma coisa direta do gabinete. A principio, é uma coisa surpreendente, mas vamos esperar a investigação para ver o que aconteceu”.
Nos últimos tempos, o General tem feito duras críticas ao governo Bolsonaro através das suas redes sociais.
Entenda o caso
Segundo uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo, o Governo Bolsonaro teria tentado trazer ao Brasil de forma ilegal joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, que teriam sido um presente da Arábia Saudita para a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. As joias estariam na mochila de um militar que era assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Alburquerque.
Os objetos seriam um anel, um colar, um relógio e brincos de diamante, e foram apreendidos no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Atualmente, os itens estão guardados em um depósito em uma área de segurança do aeroporto fortemente vigiada.
No Brasil, a lei determina que todo bem com valor acima de US$ 1 mil seja declarado à Receita Federal. Por essa razão, o agente do órgão reteve os diamantes. Na ocasião do incidente, Jair Bolsonaro chegou a enviar um ofício ao gabinete da Receita Federal para solicitar que as joias fossem destinadas à Presidência da República.
O Ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), deixou claro que o caso será devidamente investigado pela Polícia Federal (PF).