Os Estados Unidos e a China disputam a liderança no mercado de semicondutores (microchips) devido a questões comerciais, tecnológicas e de segurança nacional. Ambos os países são grandes produtores de tecnologia em áreas como telefonia móvel, veículos autônomos, computação avançada, drones, inteligência artificial e equipamentos militares sofisticados, como mísseis e satélites, todos dependentes de microchips semicondutores.
Há tempos, os Estados Unidos lideram a indústria de semicondutores com forte presença no mercado global de chips. Entretanto, a China busca alcançar a posição dos EUA no setor, investindo em pesquisa, desenvolvimento e aquisição de empresas e direitos governamentais.
Essa disputa resultou em tensões comerciais, com os EUA impondo restrições às exportações de tecnologia para a China e acusando-a de roubo de propriedade intelectual, conforme reportado pela Folha.
A administração Trump também baniu apoio a empresas chinesas de semicondutores, como a Huawei, alegando questões de segurança nacional e possíveis ligações com as Forças Armadas chinesas, diz o Estadão.
Além disso, a China tem uma estratégia chamada “Made in China 2025”, que visa a autossuficiência tecnológica, incluindo semicondutores, preocupando os EUA quanto à segurança nacional e à perda de empregos e liderança tecnológica.
EUA buscam investir no Brasil
Para diminuir a dependência de importações de Taiwan e Coreia do Sul, EUA e China procuram fornecedores de microchips mais próximos geograficamente.
O governo americano considera investir em países do continente americano, visando expandir a produção de chips e competir com a China. Nesse contexto, o Brasil foi incluído na disputa entre EUA e China, conforme noticiado aqui pela Revista Sociedade Militar.
O governo Biden estaria disposto a investir bilhões na produção de microchips no Brasil, desde que o país não negociasse mais com empresas chinesas por pelo menos dez anos.
China contra-ataca e sai na frente dos Estados Unidos pelo Brasil
Entretanto, o Brasil parece se aproximar mais da China, desagradando os americanos. A visita oficial do presidente Lula à China, cancelada devido a uma pneumonia, tinha como objetivo buscar acordos com os chineses, incluindo cooperação na produção de microchips semicondutores.
Os países já chegaram a um entendimento, e a assinatura dos acordos em Pequim deve ocorrer assim que o presidente Lula se recuperar da pneumonia, conforme informado pelo canal especializado Top Militar LHB.
O canal também reporta que os acordos envolvem o Ministério de Ciência e Tecnologia, Ministério das Comunicações e a Anatel, e preveem capacitação brasileira não apenas no desenvolvimento de microchips, mas também em outras áreas tecnológicas, como internet 5G e 6G, armazenamento em nuvem, algoritmos, produção de células fotovoltaicas e inteligência artificial.
Essas tecnologias dependem de materiais semicondutores e estão no centro da disputa tecnológica entre Estados Unidos e China.
Em suma, a competição no mercado de semicondutores entre EUA e China é impulsionada por questões comerciais, tecnológicas e de segurança nacional, refletindo o aumento da rivalidade entre os dois países no cenário global.