A 41ª Operação Antártica – OPERANTAR XLI, iniciada em outubro de 2022, teve como propósito o atendimento aos projetos científicos realizados pelos pesquisadores brasileiros no continente gelado. Para se chegar lá, a Marinha do Brasil se valeu do Navio de Apoio Oceanográfico (NApOc) “Ary Rongel” que cruzou o Círculo Polar Antártico, após atravessar o estreito de Gerlache, localizado a noroeste da Península Antártica. O último registro dessa travessia ocorreu em 2001.
O Comandante do “Ary Rongel”, Capitão de Mar e Guerra Fabiano de Medeiros Ichayo, ressaltou que o principal desafio na travessia é a navegação por canais estreitos, tortuosos e com presença de gelo marinho, onde o detalhamento da cartografia ainda é limitado. Ademais, as navegações naquela região ocorrem, normalmente, sob condições meteorológicas adversas, com ventos fortes e visibilidade reduzida.
O Comandante do navio também citou à Agência Marinha de Notícias que foi feito contato com a estação norte-americana “Palmer”, o que reforça os laços para apoio mútuo e cooperação, previstos no Tratado Antártico, ao qual o Brasil aderiu em 1975.
Outro objetivo alcançado na jornada rumo ao sul foi a passagem pelas Ilhas Cruls, no Monte Rio Branco e no Pico Almirante Alexandrino de Alencar, topônimos em homenagem a personalidades brasileiras que contribuíram para o desenvolvimento da navegação e da ciência na Antártica.
Para o Comandante Ichayo, a navegação pelos lugares acima citados mostra o potencial de navegabilidade das embarcações brasileiras, permitindo a exploração de novas áreas de interesse de nosso país, assim como amplia também a estatura geopolítica e científica do Brasil.
Sobre a 41ª Operação Antártica:
Durante os seis meses de expedição iniciados em outubro do ano passado, o Navio de Apoio Oceanográfico (NApOc) “Ary Rongel” e o Navio Polar (NPo) “Almirante Maximiano” serão empregados tanto no apoio à realização de pesquisas científicas no continente gelado, como também nos levantamentos hidrográficos em proveito do Plano de Trabalho de Hidrografia 2020-2023, da Diretoria de Hidrografia e Navegação.
Além dos militares que compõem as tripulações de bordo, 130 pesquisadores, representando 12 instituições e 23 diferentes projetos de pesquisa, farão parte da comissão. Assim, será dada continuidade ao retorno do pleno uso dos laboratórios da nova Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) e das investigações in loco, já iniciadas no verão antártico da OPERANTAR XL.
Fonte: Agência Marinha de Notícias