O balão chines de espionagem que sobrevoava os EUA recolheu informações de várias sedes militares, mesmo com esforços para bloquear, de acordo com dois funcionários do governo dos EUA e um ex-funcionário da área administrativa.
O balão era controlado da China fazendo múltiplas passagens em alguns locais, transitando em forma de 8, e transmitia as informações colocadas para Pequim em tempo real, de acordo com o falado pelos funcionários. A informação coletada era, em maioria, sinais eletrônicos, ao invés de imagens.
De acordo com os funcionários, também, a China poderia ter coletado mais informações se não fosse pelos esforços do governo, mudando de lugar possíveis alvos e obscurecendo a habilidade do balão de coletar os sinais eletrônicos, seja parando a transmissão ou a emissão dos sinais.
Funcionários de alto escalão do Departamento de Defesa relataram à NBC News em fevereiro que, comparando com satélites na baixa órbita terrestre, o balão tinha limitado valor aditivo para coleta de informações pelo governo Chinês. Um porta-voz falou também que não poderia confirmar se o balão tinha transmitido qualquer informação a China em “tempo real”
Kirby John, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, recusou-se a responder perguntas na segunda-feira à tarde sobre que tipos de sinais eletrônicos ou informações que o balão poderia ter acessado. “Sabendo que ia entrar no espaço aéreo americano nós agimos para limitar a habilidade deste balão de recolher qualquer conteúdo que seja aditivo ou especialmente útil”, disse Kirby. “Então, novamente, não vou adiantar o que estamos aprendendo com essa coisa”
O Senador Steven Daines, Republicano de Montana, disse que a explicação vinda do Governo é de pouco conforto para os moradores de Montana e o povo Americano, e é uma informação fraca num problema que o Governo administrou mal do começo ao fim.
Senador Roger Wicker, Republicano de Mississippi, membro da Comissão do Senado das Forças Armadas, disse, “nós temos consistentemente aprendido mais nos relatos da imprensa sobre o balão de vigilância Chines que vindo do Governo… Eu pretendo responsabilizar o Governo”.
A China tem falado repetidamente que esse balão era um dirigível civil não tripulado que acidentalmente saiu de seu curso, e que os EUA reagiram exageradamente ao derrubá-lo. Não disseram a quem o balão pertencia, mesmo com diversos pedidos vindo da NBC News para falarem a quem pertencia o balão.
Depois que o balão foi derrubado em fevereiro, os funcionários do Governo de Biden falaram que o balão era capaz de coletar sinais com informações.
O balão tinha um mecanismo de autodestruição que poderia ter sido ativado remotamente pela China, mas os funcionários disseram que não está claro se a autodestruição não aconteceu por mau funcionamento do mecanismo ou porque a China decidiu não acioná-lo.
Histórico do balão de espionagem chinês
O balão entrou no espaço aéreo americano pelo Alasca dia 28 de janeiro, de acordo com a assessoria de Biden, que disse que estava o rastreando enquanto ele se movia. Dentro dos próximos 4 dias, o balão estava sobrevoando Montana – especificamente a Base da Força Aérea Malmstrom, onde os EUA guarda parte de seus recursos nucleares.
Em 2 de fevereiro, a NBC News foi a primeira a reportar que o balão de espionagem chinês estava sobrevoando os EUA e que o Presidente Joe Biden planejava derrubá-lo, levando o governo a confirmar publicamente e divulgar que estava monitorando o balão há dias. Uma vez que a existência do balão foi conhecida pelo público, a China aumentou a sua velocidade, disseram os funcionários, numa tentativa de tirá-lo do espaço aéreo americano o mais rápido possível.
Os EUA derrubaram o balão dia 4 de fevereiro na costa da Carolina do Sul e os funcionários ainda estão analisando os destroços que foram recolhidos.
Naquele momento, o governo dos EUA disse que estava esperando para derrubar o balão quando ele estivesse por cima do oceano, para evitar qualquer dano ou vítimas em terra. O Secretário de Defesa dos EUA Lloyd Austin disse que os comandantes militares dos EUA haviam determinado que derrubar o balão enquanto estivesse sobrevoando área terrestre representava um risco às pessoas numa área extensa, devido ao tamanho e a atitude do balão e sua carga.
Funcionários têm tentado reconstruir o balão a partir dos destroços recuperados.
Fonte: nbcnews.com
Por: Marcio Rodrigues