Serial Killers, assassinos de massa, matadores… esses são termos que, infelizmente, estão em pauta por causa de casos sombrios que envolvem a morte de inocentes pelos motivos mais vis. Um dos exemplos mais recentes é o caso da chacina na creche Cantinho do Bom Pastor em Blumenau, Santa Catarina, onde 4 crianças foram mortas e outras 5 ficaram feridas. Entretanto, esse não é um episódio isolado, mas sim mais um de uma série terrível de ataques covardes contra escolas, crianças, jovens e professores. Um fenômeno que ganhou vulto no mundo depois do ataque em Columbine, um massacre que tornou o ano de 1999 marcado pela violência sem sentido e praticada com requintes de crueldade. Columbine se tornou um marco negativo da história dos EUA, mas também serviu para que outros indivíduos copiassem os atos vis dos jovens, o que, de certa forma, propagou o legado negativo e macabro dos assassinos de massa.
O que é um serial killer?
Serial Killers são malignos em sua essência e atraem a curiosidade do público. Afinal, eles quebram uma barreira que a moral e a maioria das religiões classificam como intransponível: tomar a vida de outro ser humano. Aparentemente assuntos onde a morte esteja entrelaçada são alvo da curiosidade do público comum. Quando digo comum, refiro-me às pessoas que não são obrigadas por força da profissão a conviver com algo tão complicado e impactante. Policiais, técnicos em necropsia, bombeiros, médicos, enfermeiros e outros são, por causa das peculiaridades da profissão, obrigados a ver diariamente os resultados da morte. Óbvio que cada um com diferentes nuances entre si, mas não há como evitar a proximidade dos efeitos da perda de vidas no cotidiano.
Então, se existem apenas algumas pessoas que são forçadas a lidar com o fim de vidas, o que pode explicar a grande quantidade de leitores, consumidores ávidos eu diria, de textos sobre assassinatos, tortura e genocídios? O que há de tão atrativo em temas controversos como o ‘modus operandi’ de serial killers, os assassinos em série? Por que Jack, o estripador, é um dos temas de maior procura em sites de busca até hoje?
Seja por mera curiosidade ou um prazer mórbido, seja por se tratar de um tema onde a mente humana é mostrada em sua forma mais sombria, a verdade é que livros, filmes, quadrinhos e séries sobre assassinos seriais são um estrondoso sucesso. Dexter, Hannibal Lecter, o Zodíaco, American Horror Story, Dahmer: um canibal americano, Dupla Identidade são apenas alguns dos exemplos do alcance de filmes, séries e livros cuja abordagem principal é a ação de matadores seriais. Alguns são, inclusive, simpáticos ao público, fato que cria laços entre o espectador e o matador. Quaisquer que sejam os reais motivos, é inegável que o tema atrai e vende muito.
Mas há algo que ainda estava em falta no mercado literário brasileiro: a presença de obras com uma abordagem séria sobre o tema. Livros como a série Dexter e as obras de Thomas Harris sobre o célebre e encantador assassino Hannibal Lecter são fáceis de encontrar, porém é fato que são ficção. Então, eis que a editora Darkside Books consegue colocar obras de grande relevância sobre o tema escritas por autores de grande prestígio na área. Além de Ilana Casoy (especialista brasileira em crimes e assassinos seriais), também fomos brindados com Harold Schechter, cujos livros com temática sobre crimes têm grande prestigio no exterior.
Serial Killers – Anatomia do Mal – é um livro completo com o histórico e os fatos que cercam os principais serial killers da América do Norte e de outros países. Um fato muito importante está na distinção entre assassinos seriais, assassinos de massa e simples matadores. Também o leitor poderá constatar que não há um padrão visual para o serial killer, já que somos bombardeados com os estereótipos fornecidos pelo cinema e outras mídias. A raça ou o biotipo não são indicativos ou garantias para se identificar um assassino em série. Cuidado com as aparências…
Antes de mais nada, o serial killer é um ser humano movido por impulsos e por uma frieza incalculável, motivado, sobretudo, pelo anonimato que seus atos exigem e a proteção que essa condição fornece. Não há um padrão, uma vez que os crimes têm as mais distintas variáveis para iniciar, indo desde os maus tratos quando o assassino era criança até o simples prazer de matar. Um dos poucos fatos que servem para a caracterização desse tipo de crime está na periodicidade em que os fatos ocorrem e na semelhança entre os crimes ou vítimas.
Outro ponto extremamente positivo do livro está na disponibilização de informações sobre outras mídias que abordam o tema, como quadrinhos, cinema, séries, animes etc.
Alguns dos principais e mais relevantes pontos de cada capítulos estão marcados com amarelo, como se tivessem usado um lumicolor, o que aguça a curiosidade do leitor e dá nova dinâmica ao texto. As imagens são outro ponto forte do livro, responsáveis por dar mais dinâmica à leitura e incentivar a imaginação.
Mais do que abordar o tema, a Darkside conseguiu trazer uma compêndio atual, claro e acessível que irá aumentar o conhecimento dos apreciadores do tema com dados reais e pesquisas sérias. Uma obra-prima sobre esses verdadeiros predadores.
Então, se você é um apreciador do assunto, quer compreender mais sobre as mentes doentias por trás de tantas maldades e deseja um livro com conteúdo selecionado e não fantasioso, essa obra é 100% indicada. Vale acrescentar que essa edição em capa dura, com papel de alta qualidade e acabamento primoroso é uma aquisição indispensável a sua biblioteca.
Sobre o autor:
Harold Schechter é professor de Literatura Americana e Cultura na Faculdade de Queens, na Universidade da Cidade de Nova York. Entre seus livros de não ficção estão os clássicos sobre crimes históricos Fatal, Fiend, Deviant, Deranged e Depraved. Ele também autor da aclamada série ficcional de suspense estrelada por Edgar Allan Poe, que inclui Nevermore, The Tell-Tale Corpse, The Hum Bug e The Mask of Red Death. Saiba mais em seu site www.haroldschechter.com.
Nota: Além de Ed Gein, a galeria de personagens sinistros inclui o canibal Jeffrey Dahmer, que chegou a matar e devorar uma pessoa por semana no verão de 1991; a ex-prostituta Aillen Wuornos (inspiração para o filme Monster), que, depois de confessar seis assassinatos, pediu para ser condenada à morte para interromper a matança; o assassino Zodíaco (cuja verdadeira identidade é desconhecida até hoje); Charles Manson, o lunático que comandou o assassinato da atriz Sharon Tate em um ritual macabro; e Green River Killer, principal assassino de prostitutas da história, só capturado pela polícia com a ajuda de outro serial killer.
Dados técnicos da obra:
Encadernação: capa dura – formato: 16x23cm – Número de páginas: 480 – ISBN: 9788566636123 – Autor: Harold Schechter – Tradução: Lucas Magdiel – Editora: DarkSide® – Idioma: português – Gênero: Policial/ Suspense