Um comunicado do Exército tinha informado que Dutra deixou o Comando em 16 de fevereiro, mas o militar continuou no cargo. Embora tenha sido acusado de proteger os extremistas que invadiram os prédios dos Três Poderes da República em 8 de janeiro, o general de divisão Gustavo Henrique Dutra de Menezes só deixou oficialmente o Comando Militar do Planalto nesta terça-feira (11/4).
A exoneração só foi publicada agora no Diário Oficial da União (DOU) de acordo com Decreto de 10 de abril de 2023, publicado nesta terça-feira (11/4).
General de divisão, Dutra chegou à chefia do Comando Militar do Planalto em abril de 2022. A mudança não estava prevista, mas a saída foi antecipada devido à crise política envolvendo o Palácio do Planalto e a caserna.
Embora generais não tenham que cumprir um tempo exato de permanência nos postos aos quais são designados, a média, porém, costuma ser de dois anos. Na prática, a saída de Dutra do comando representa uma antecipação, pois não estava programada.
Testemunhos de policiais militares relatam que, sob o comando de Dutra, o Exército impediu as ações contra o acampamento dos manifestantes instalado em frente ao Quartel-General da Força em Brasília.
Além disso, após os ataques no dia 8 de janeiro, Dutra teria impedido os extremistas de serem presos, mesmo após voltarem para as barracas.
Com Dutra desgastado, em 16 de fevereiro o Exército emitiu um comunicado informando que o general seria retirado do Comando Militar do Planalto. Entretanto, o Ministério da Defesa só publicou a exoneração do militar de alta patente nesta terça. O fato ocorre apenas depois que a Polícia Federal intimou o fardado para depor.
A Polícia Federal convocou 80 militares do Exército para prestar depoimento sobre os ataques ao Planalto. Entre os convocados para prestar depoimento, estão oficiais que ocupavam cargos de comando no Exército. Um dos depoentes é o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes.
Apesar do comunicado o retirando do cargo em fevereiro, durante esse tempo Dutra continuou despachando como chefe do Comando Militar do Planalto. No fim de março, há decretos sob a assinatura do general nomeando e exonerando servidores.