O ex-major do Exército e advogado Ailton Barros foi preso recentemente com o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro, tenente Coronel Mauro Cid, por participar supostamente de prática de crimes de falsificação de comprovante da vacina da COVID-19.
O ex-militar e advogado tem uma ficha extensa de vários crimes cometidos ainda no Exército, de 1997 a 2014, quando era capitão. Foi expulso em 2014 após condenação no Superior Tribunal Militar.
Entre seus crimes estão elencados acusação de estrupo, violência contra colegas de trabalho em desrespeito a militares estando de serviço, quando avançou com um carro em cima de um colega oficial ferindo-o gravemente. por várias vezes desacatou autoridades militares superiores hierarquicamente, ferindo gravemente o estatuto dos militares e o código penal militar.
Também feriu a legislação militar, quando ainda na ativa e candidato panfletava com ´´santinhos´´ contendo sua foto fardado, segundo apurado pela Revista Sociedade Militar.
Alegava muitas vezes ser vítima de preconceito racial
´´Assim sendo, o robusto conjunto probatório constante dos autos autoriza concluir que o justificante não mais reúne condições de permanecer na situação de militar do Exército Brasileiro” Trecho da decisão pelo afastamento de Ailton
Foi candidato três vezes e perdeu em todas, sendo a última em 2022 pelo PL e se apresentando em fotos com Bolsonaro se intitulando o ´´01 de Bolsonaro´´, mesmo também ao lado do então candidato Hélio ´´Bolsonaro´´ Lopes, um dos militares mais próximos de Bolsonaro.
Mas o que está impactando mais em seu caso é o status de pensão militar que sua esposa recebe, visto por muitos como privilégio.
O militar foi condenado e expulso pelo Superior Tribunal Militar (STM) em 2014 quando estava no posto de capitão e sua esposa recebe os proventos de posto acima, o de major. Em 2000 o ex-presidente FHC já tinha abolido a pensão e aposentadoria de posto acima para militares das forças armadas, mas em 2014 o então capitão condenado foi expulso com um posto acima para a esposa.
O que chamou a atenção é que o militar, para dar direito a pensão da esposa teve que ser dado como ´´morto ficto´´. Ele é tecnicamente morto para dar direito de pensão aos dependentes, no caso dele, sua esposa, tecnicamente ´´viúva´´.
Questionado pelo jornal O Globo o Exército respondeu: “O ex-militar foi incluído no sistema como ‘morto ficto’ para que seus beneficiários legais [no caso a esposa] pudessem receber a pensão correspondente ao posto, cumprindo o previsto na legislação“, disse o Exército. “A punição do militar não deve atingir seus dependentes“, disse a corporação à TV Globo.
Ailton foi preso com outras cinco pessoas na Operação Venire, da Polícia Federal, quer sejam: policial militar Max Guilherme, segurança de Bolsonaro; militar do Exército Sérgio Cordeiro, segurança de Bolsonaro; sargento do Exército Luís Marcos dos Reis, assessor de Bolsonaro; secretário municipal de Duque de Caxias (RJ), João Carlos Brecha, ex-major do Exército e Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro.
Para piorar mais ainda, conforme gravação de seu celular já divulgado na imprensa, Ailton está sendo acusado de incitar um golpe de estado pelo Exército e de de afirmar que sabe quem mandou matar a ex-vereadora Marielle Franco, que tem o mandante de ordens de seu crime ainda não elucidado.
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