O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro, preso na Operação Venire da Polícia Federal, teve seu sigilo telefônico quebrado e com revelações surpreendentes.
As acusações que pesam sobre ele e dos outros 5 presos com ele, todos ex-militares, é relativo também a suposta falsificação de registros de vacina contra a COVID-19 para beneficiar sua família, o ex-presidente Bolsonaro e sua filha. Mauro Cid ainda é suspeito no caso das joias que teriam entrada ilegais no Brasil, tidas como presente de um rei saudita ao ex-presidente e sua esposa Michele Bolsonaro.
A acusação agora é que o oficial do Exército teria participado de fraudes nos cartões de vacinas contra a COVID-19 para suas filhas que teriam sido vacinadas antes da autorização do Ministério da Saúde para vacinar menores de dezoito anos.
A investigação indica que os registros foram inseridos no sistema do ConectSUS meses depois da suposta data de aplicação das vacinas, em dezembro de 2022, quando as crianças teriam 5, 14 e 18 anos de idade.
Segundo os dados, elas teriam recebido as doses em 22 de junho de 2021, 8 de setembro de 2021 e 19 de novembro de 2021, sendo as duas primeiras da Pfizer e a última da Janssen. Os imunizantes foram aplicados no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.
Na época, duas das três filhas do tenente-coronel tinham 5 e 14 anos. Os dados foram inseridos na Saúde dia 17 de dezembro de 2022, quando a mais velha já tinha feito 18 anos, no entanto, quando as doses foram aplicadas, ela tinha 17.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa ) autorizou a imunização contra a covid com a vacina da Pfizer em adolescentes a partir de 12 anos no dia 11 de junho de 2021, 11 dias antes da primeira dose da filha do meio de Mauro Cid.
Além disso, o município de Duque de Caxias apenas iniciou a imunização do grupo dois meses depois da data registrada nos certificados em análise pela PF.
Informações obtidas pelos investigadores apontam também que as crianças estariam em Brasília no dia da suposta vacinação no Rio de Janeiro.