A Justiça do Distrito Federal condenou na última quinta-feira os acusados de participar da tentativa de explosão de uma bomba na véspera do Natal de 2022, próxima ao Aeroporto Internacional Presidente Juscelino kubitschek, em Brasília. Os dois homens já estavam presos preventivamente. Na decisão, o magistrado manteve a prisão dos acusados.
“George Washington de Oliveira Sousa foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão e Alan Diego dos Santos Rodrigues à pena de cinco anos e quatro meses, ambos em regime inicial fechado”, informou o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, o TJDFT. As acusações incluem crimes relacionados a explosão e incêndio, além de posse de fogo sem autorização.
Acusado teria “premeditado o crime”
Na decisão, o magistrado entendeu que um dos acusados, George Washington de Oliveira Sousa, premeditou o crime. “O acusado e o corréu se conheceram em Brasília, no acampamento montado em frente ao QG do Exército. Ao que consta, as emulsões explosivas vieram do Pará, a pedido do acusado, que realizou pesquisas na internet sobre como montar o artefato e fez a montagem”, escreveu o juiz.
No caso do outro acusado, Alan Diego dos Santos Rodrigues, o juiz declarou que o réu seria o verdadeiro responsável pelo acionamento da bomba. “Ao que consta, as emulsões explosivas vieram do Pará, a pedido do corréu [George], o qual, após a montagem, entregou o artefato explosivo para o acusado [Alan], que, por sua vez, se encarregou de tarefa importante (colocação do artefato no local escolhido).”, concluiu o magistrado. O artefato, no entanto, não chegou a ser detonado por erro na montagem.
“Não há fato novo que justifique a revogação do decreto prisional. As circunstâncias dos fatos indicam periculosidade concreta, presente, ainda, a necessidade de preservar a ordem pública, mantenho a prisão preventiva de ambos os acusados”, sentenciou o juiz.
Segundo a Agência Brasil, não foi possível entrar em contato com a defesa dos acusados.
Ato de “terrorismo”
Na ocasião, Flávio Dino, que ainda não era o Ministro da Justiça, escreveu em seu Twitter sobre o assunto. Dino chamou de “terrorismo” a tentativa de explodir o caminhão-tanque próxima ao aeroporto.
“Os graves acontecimentos de ontem em Brasília comprovam que os tais acampamentos ‘patriotas’ viraram incubadoras de terroristas. Medidas estão sendo tomadas e serão ampliadas, com a velocidade possível”, afirmou Dino, na época. Flávio Dino também elogiou a rapidez e eficiência da Polícia Civil do DF na solução do crime.