Com ou sem um conflito armado, bases aéreas e seus arredores sempre foram consideradas extremamente vulneráveis à ataques. Com o advento de inovações altamente tecnológicas, incluindo drones que podem lançar explosivos, o risco de um ataque à uma base aérea aumentou consideravelmente. Contornar esse problema tem sido um desafio constante para Forças Armadas, cientistas, militares e especialistas no mundo todo.
Foi pensando na questão que, desde a década de 1950, a Suécia trabalha constantemente para construir uma força aérea forte e capaz de defender-se adequadamente. Durante a guerra fria, as crescentes preocupações com as intenções da União Soviética impulsionaram, e muito, essa indústria.
Por essa razão, todos os caças suecos construídos desde aquela época, como o Saab J-35 Draken, o J-37 Viggen e, agora, o JAS-39 Gripen utilizado pela Força Aérea Brasileira, foram projetados especialmente para serem capazes de operar a partir de rodovias comuns.
Desempenho do Gripen impressiona
O Gripen, como o utilizado pela Força Aérea Brasileira, é dotado da habilidade STOL. STOL é um acrónimo em inglês para Short Take-off and Landing, ou “Decolagem e Aterragem Curta”. Na prática, isso quer dizer que o Gripen pode decolar e pousar de pistas muito curtas. Para se ter uma ideia, a aeronave é projetada para decolar de estradas regulares com apenas 16m de largura e 500m de comprimento.
É claro que apenas os recursos STOL não são suficientes para operações eficazes em locais mais remotos. Um caça também precisa ser atendido adequadamente mesmo sem a disponibilidade de instalações de bases aéreas complexas, onde tudo está prontamente disponível.
Nesse quesito, o Gripen também se sai muito bem: o avião foi projetado para poder operar com uma equipe muito reduzida. Poucos homens são necessários para realizar o processo de reabastecimento e rearmamento do avião, podendo deixá-lo preparado para o próximo vôo em uma velocidade sem igual.
Conceito já é adotado por outros países
“Os ataques a bases aéreas podem ou não determinar o resultado de uma guerra nos dias de hoje. Mas são preocupantes. Os mísseis de longo alcance e altamente eficazes de hoje, juntamente com os Drones, colocam em risco vidas humanas preciosas. Uma força aérea moderna deve proteger sua bases aéreas espalhando-se e operando a partir de vários locais.”, declarou Mats Palmberg, chefe da campanha Gripen Índia.
De fato, a própria Índia também tem um conceito semelhante para operar seus caças. A Autoridade Nacional de Rodovias da Índia (NHAI), por exemplo, converteu uma seção de 3 km do trecho Satta-Gandhav da NH-925 em uma pista temporária onde caças da Força Aérea Indiana podem pousar caso ocorra alguma emergência.
Fonte: SAAB