Depois da visita de militares brasileiros à “Terra do Meio” (como os chineses denominam sua pátria), e noticiada pela Revista Sociedade Militar, agora foi a vez de recepcionar os membros do Exército de Libertação Popular chinês.
Uma delegação de 18 militares das Forças Armadas da China realizou na última quinta-feira, 1º de junho, uma visita oficial ao Quartel-General do Exército, em Brasília. A comitiva é formada por 17 oficiais-generais e um coronel que integram a Universidade de Defesa Nacional da China (NDU).
A visita faz parte da viagem de estudos estratégicos da NDU ao Brasil e reforça os laços de amizade entre as duas nações, marcando a retomada das atividades presenciais entre os dois exércitos após o fim das restrições sanitárias impostas pela pandemia da Covid-19.
A comitiva era chefiada pelo General Zheng He, General Sênior da Universidade de Defesa Nacional, e foi acompanhada pelo General Zhang Linhong, Adido Militar da Embaixada da China no Brasil.
No Quartel-General, a delegação chinesa foi recebida pelo Chefe do Escritório de Projetos do Exército, General de Brigada Rocha Lima, e assistiu, no Salão Guararapes, a uma apresentação sobre a história do Exército Brasileiro. Na sequência, a comitiva assistiu a apresentações sobre as características e os Projetos Estratégicos da Força terrestre .
Ao longo da visita, a comitiva foi recebida pelo Chefe do Estado-Maior do Exército Brasileiro, General de Exército Soares, que destacou a importância da relação entre ambos os países.
“A cooperação militar entre o Brasil e a China tem uma longa história, e esta visita visa aprofundar ainda mais as relações”, disse o general. A passagem da delegação chinesa pelo Brasil também incluiu uma visita ao Rio de Janeiro, onde os militares conheceram a Escola Superior de Guerra (ESG) e o Forte de Copacabana.
Em 2024, Brasil e China celebrarão 50 anos de relações diplomáticas. Meio século atrás, poucos analistas teriam antecipado a dimensão atual assumida pela parceria sino-brasileira.
As relações bilaterais entre os dois gigantes têm-se caracterizado por uma crescente proximidade e extraordinário dinamismo. No plano econômico, chama a atenção o incremento significativo do comércio bilateral nos últimos anos.
O intercâmbio saltou de cerca de US$ 2,3 bilhões, em 2000, para US$ 66,3 bilhões, em 2015, um aumento médio de 29% a cada ano. Em 2009, a China tornou-se o maior parceiro comercial do Brasil, passando a ser, em seguida, o principal destino de nossas exportações, em particular de produtos agropecuários.
“UM NOVO TEMPO”
A relação nas áreas militar e de defesa não é recente. Esse intercâmbio deu-se principalmente depois do Acordo sobre Cooperação em Matéria de Defesa e por meio de atividades de cooperação no âmbito do Comitê Conjunto de Defesa Brasil-China, estabelecido em 2010.
Conforme a Declaração Conjunta entre a República Federativa do Brasil e a República Popular da China sobre o Aprofundamento da Parceria Estratégica Global Brasil e China, os dois países reiteraram o apoio à autoridade da ONU e ao seu papel central na manutenção da paz e da segurança internacionais e na promoção do desenvolvimento.
Reconheceram a necessidade de reformar a ONU e o seu Conselho de Segurança, com vistas a torná-los mais representativos e democráticos. Enfatizaram também o impulso das reformas necessárias e adequadas do Conselho de Segurança, para permitir um papel maior desempenhado pelos países em desenvolvimento.
A parte chinesa atribuiu grande importância à influência e ao papel que o Brasil exerce em assuntos regionais e internacionais, compreendendo e apoiando a aspiração do Brasil de desempenhar papel ainda mais proeminente na ONU.