“A premissa que deve existir entre parceiros estratégicos é a da confiança mútua e não de desconfiança e sanções”, declarou Lula durante coletiva de imprensa, após a visita da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O petista citava a solicitação da União Europeia para adicionar novas cláusulas de proteção ambiental ao acordo de livro comércio assinado entre o bloco europeu e o Mercosul.
A Comissão Europeia é o braço executivo da União Europeia. Lula disse que há vários pontos de resistência do Brasil para a conclusão do acordo.
“As demandas da União Europeia ampliam as obrigações do Brasil e as torna objeto de sanções em caso de descumprimento”, disse Lula.
20 anos de negociação
Após 20 anos de negociações, os países da UE e do Mercosul, formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, desejam concluir o acordo. O processo de aprovação por parte da UE, no entanto, estagnou, principalmente por causa das crescentes preocupações européias com a proteção ambiental nos países do Mercosul, especialmente na floresta amazônica.
A agência de notícias francesa Agence France-Presse mencionou que von der Lein, no entanto, estava otimista sobre a finalização do acordo antes do final do ano: “Temos o mecanismo para chegar a um acordo o mais rápido possível.”, disse a presidente.
Além disso, von der Leyen anunciou que a União Europeia vai doar 20 milhões de euros ao Fundo Amazônico Brasileiro para proteger a floresta tropical. A presidente também declarou que aumentará o investimento em energia renovável em outros países da América Latina. O valor do investimento chegaria a 100 milhões de euros até 2027.
O Brasil é a primeira parada da viagem de von der Leyen à América Latina, que também passará por Argentina, Chile e México.
Fontes: Agence France-Presse / Agência Brasil / Deutsche Welle