“O povo japonês renuncia para sempre à guerra como direito soberano da nação e à ameaça ou uso da força como meio de solução de disputas internacionais”, reza o 9º artigo da constituição do Japão. No entanto, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, busca alterar a Constituição do Japão e acabar com o pacifismo militar adotado após a Segunda Guerra. Isso preocupa a China e a Rússia, que veem a ascensão militarista japonesa como uma ameaça à estabilidade na região.
Com o apoio dos Estados Unidos, o Japão está aumentando seus gastos militares e desafiando o equilíbrio de poder na região. A cooperação militar sino-russa é considerada crucial para conter o Japão, mas isso pode levar a uma perigosa corrida armamentista na Ásia.
Segundo Timur Fomenko, analista político da RF, o rearmamento japonês representa uma ameaça política e econômica para a China, enquanto a Rússia vê sua presença militar como uma ameaça direta. A cooperação militar entre China e Rússia é vista como a única forma de conter as ambições japonesas, mas isso aumenta a instabilidade e a tensão regional.
Recentemente, China e Rússia realizaram uma patrulha aérea conjunta sobre o Mar do Japão, provocando uma resposta do Japão e da Coreia do Sul, que enviaram seus próprios caças em clara demonstração de que os limites foram excedidos e que não irão tolerar mais abusos da Rússia e da China. Fica então estabelecido mais um capítulo na novela global que tem Rússia, China e aliados unidos contra o Ocidente (ocidente, aqui, representado pelos Estados Unidos da América).
O Japão busca, ainda, aprovar a mudança constitucional para permitir o rearmamento diante das ameaças externas. Em vista das ameaças, a aprovação deverá ocorrer sem maiores dificuldades.
Fonte: RT