O ministro da Defesa do Brasil, José Mucio Monteiro, marcou presença na 54ª edição do Paris Air Show 2023, evento realizado na capital francesa de 19 a 25 de junho, de acordo com o site do Ministério da Defesa.
O encontro, visto como o maior do mundo no setor aeroespacial, forneceu um palco para Monteiro e o seu homólogo francês, Sébastien Lecornu, explorarem soluções para os desafios atuais enfrentados pelo estaleiro ICN, bem como o possível declínio na força de trabalho altamente qualificada.
A pauta da reunião também incluiu a necessidade imediata da Marinha brasileira de adquirir navios de escolta e contramedidas de minas. O governo francês propôs a transferência de tecnologia ao Brasil através do estaleiro Naval Group, conforme informado pelo site espanhol Infodefensa.
A proposta se alinha com as demandas do Programa de Submarinos (Prosub) da Marinha brasileira, que planeja a construção de quatro submarinos movidos a diesel e eletricidade, além do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear. O programa também contempla o desenvolvimento de um extenso complexo industrial em Itaguaí, no Rio de Janeiro, que compreenderia estaleiros, uma base naval e a Unidade de Produção de Componentes Metálicos (UPCM).
Como parte da parceria proposta, o estaleiro ICN em Itaguaí seria responsável pela construção de três modernos modelos de navios franceses: a embarcação naval MCM (Mine Countermeasures), as corvetas Gowind e as fragatas Belharra. Tais embarcações correspondem às necessidades atuais da Marinha do Brasil.
Os navios MCM possuem capacidade para operar drones subaquáticos e veículos aéreos não tripulados, além de resistirem a explosões subaquáticas. As corvetas Gowind são versáteis e capazes de realizar uma variedade de missões, incluindo operações antinavio, antissubmarino e antiaéreo. Por fim, as fragatas Belharra são voltadas para missões de supremacia naval em contextos de alta intensidade.
O acordo de transferência de tecnologia pode beneficiar o Brasil, uma vez que o estaleiro ICN já está preparado para construir os navios do Naval Group, tornando o processo mais eficiente e econômico. Além disso, a aquisição dessas embarcações permitiria à Marinha do Brasil renovar sua frota de superfície mais rapidamente, compensando a perda de corvetas e fragatas ao longo dos anos.