Em uma entrevista concedida nesta terça-feira (11), o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, falou sobre a entrada da Finlândia e da Suécia na OTAN e as medidas que a Rússia tomará em resposta. Lavrov afirmou que a segurança da Rússia será protegida e que a Rússia tomará medidas apropriadas de acordo com a infraestrutura militar instalada nesses países. Ele enfatizou que os interesses de segurança legítimos da Rússia serão garantidos e que eles já estão tomando as medidas necessárias para isso.
As declarações surgem após a Finlândia se juntar à aliança militar liderada pelos Estados Unidos e a Suécia estar em processo de se tornar membro, em ambos os casos com o apoio de um antigo aliado: o presidente turco Recep Tayyip Erdogan. Lavrov expressou surpresa com a decisão de ambos os países de abandonar sua neutralidade e os benefícios que incluíam independência, boa reputação e relações comerciais e econômicas benéficas com a Rússia.
Conflito Israel x Palestina
Em relação ao conflito entre Palestina e Israel, Lavrov mencionou que está em um impasse e requer esforços especiais para superar essa situação. Ele afirmou que tanto a Rússia quanto os países árabes têm ideias relevantes e apresentaram algumas iniciativas para avançar em direção a um acordo. Vários outros países também estão interessados em retomar as negociações diretas entre Palestina e Israel e avançar para um acordo.
Golfo Pérsico
Lavrov disse que Moscou também está interessada na normalização do Golfo Pérsico e pretende fazer tudo o que puder para ajudar os países árabes e o Irã a encontrar soluções mutuamente aceitáveis. Ele observou que a restauração dos laços diplomáticos entre o Irã e a Arábia Saudita foi um passo importante nesse processo. Em março, os dois países assinaram um acordo em Pequim para retomar as relações diplomáticas e abrir embaixadas em dois meses.
Resposta a Erdogan
É importante destacar que essas declarações do ministro Lavrov ocorrem em um contexto em que o presidente turco Erdogan tomou decisões que são percebidas como traições pela Rússia, como noticiado aqui na Revista Sociedade Militar. Erdogan apoiou a entrada da Ucrânia e da Suécia na OTAN, além de solicitar a entrada da Turquia na União Europeia, o que é interpretado como um movimento em direção ao Ocidente e contra a Rússia, que até então era um aliado.
Fonte: Daily Sabah