São muitos os podcasts, entrevistas e matérias sobre cada uma das estratégias e armamentos usados na guerra Rússia x Ucrânia. Entretanto, as Forças Armadas desses países, mesmo letais em seus treinamentos e apetrechos, contam com novidades que provocam pesadelos até mesmo nos mais preparados combatentes do mundo. E já é notório que há combatentes dos mais diversos países, cada um movido por seu próprio ideal.
Não bastasse o conflito político e ideológico, esses países se valem de instrumentos que dão maior letalidade aos seus exércitos e que provocam nos inimigos as perdas que mais incomodam: as logísticas.
Destacamos que, historicamente, o que será dito aqui não é novidade. As novidades estão por conta dos aparatos tecnológicos de guerra, mas a crueldade humana em períodos de conflitos é, infelizmente, a mesma.
No caso do conflito entre russos e ucranianos, vale destacar que os ataques e estratégias são – basicamente – os mesmos, o que denota o caráter bélico e letal da guerra.
Nota: ao final da matéria há um trecho da entrevista do combatente brasileiro que atuou no exército ucraniano.
Drones.
Uma das armas mais comuns neste conflito, os drones ganham diariamente maior pertinência na guerra, sobretudo por sua letalidade e capacidade de infiltração. Contrariando o que muitos imaginam, os drones não são mais apenas aquelas máquinas capazes de entreter ou transportar materiais. Aliás, elas ainda transportam e ainda servem para filmar, mas as finalidades são pura e simplesmente estratégicas e militares.
Não é incomum ver filmagens de ataques com drones, onde os militares são atingidos por bombardeios letais que nem sempre são notados. Outro fator corriqueiro está no uso destas aeronaves para espionagem em campo inimigo. Lembremos que a logística e a eficiência dos ataques dependem de uma boa análise do terreno onde ocorrerá o combate, da capacitação da tropa adversária e das fragilidades de suas defesas. Essas informações são cada vez mais precisas com o uso de drones.
O link a seguir, disponibilizado pelo jornal The Sun, mostra ataques de drones ucranianos contra soldados russos: https://youtu.be/UP7A6UIxo-8.
Bombardeios.
Não há muito “glamour” nessa guerra. Os militares de ambos os lados passam horas e até dias em trincheiras apertadas, desconfortáveis e sujas. Além disso, a óbvia possibilidade de estar sob constante mira inimiga tira o sono do soldado. Não é incomum que essas posições sejam constantemente bombardeadas e alvejadas por disparos. De igual modo, blindados são um constante perigo não apenas por seu poder de fogo, mas por dar suporte para o avanço de tropas, fato que os torna o alvo preferido dos lança-foguetes.
Ainda segundo o relato do combatente brasileiro em solo ucraniano, alguns bombardeios arremessam minas de proximidade, responsáveis por incapacitar e até matar o soldado que se atreva a aproximar dessas áreas. Essa estratégia é responsável por atrapalhar a logística do combate, uma vez que a despesa para a recuperação de um guerreiro é demorada, cara e demanda muitas outras pessoas atuando para essa recuperação que, infelizmente, não é garantida.
Quanto ao acima dito, o fato é que muitos soldados atingidos vão para os hospitais e acabam por se tornar incapazes para o combate, o que leva a uma tratamento longo e caro, além de uma aposentadoria forçada e onerosa para o Estado.
Espólios de guerra.
Provavelmente vocês já ouviram algo sobre residências, armas, comidas e muitos outros materiais úteis abandonados por ocasião do avanço de tropas, sejam elas russas ou ucranianas. Isso é uma verdade incontestável que, entretanto, guarda um ponto sombrio mostrado por poucos: a sabotagem desses itens.
De acordo com o relato do combatente brasileiro em território ucraniano, os russos têm o costume de sabotar tudo que ficou para trás quando perdem territórios. Desta forma, alimentos não podem ser consumidos por medo de contaminação ou envenenamento, simples poltronas (um sonho para um soldado cansado) podem estar com explosivos em seu interior, assim como uma geladeira tem o potencial de conter um artefato que detonará uma granada ou outro explosivo qualquer.
Além disso, o próprio território dominado se transforma em um terra de perigos invisíveis, visto que é costume espalhar o máximo de minas terrestres para inutilizar o soldado que avance nessa área.
Assim, tanto armas quanto comida e outros utensílios se tornam verdadeiras ameaças para os combatentes que, por precaução, optam por abandonar essas “regalias” deixadas pelo inimigo.
Quanto aos civis, estes são ainda mais vulneráveis. Em meio ao caos e destruição da guerra, encontrar uma casa, um brinquedo ou comida é, definitivamente, uma oportunidade de melhorar a situação e o conforto. Todavia é indispensável compreender que esses espólios de guerra podem estar sabotados e têm potencial letalidade.
Em uma matéria da CNN, ucranianos ensinam suas crianças a diferenciar brinquedos de explosivos.
Seja do lado russo ou ucraniano, a realidade é que a guerra trouxe fome, perdas de vidas, terror e a destruição da rotina que reinava nesses territórios. Viver sob o medo é algo indescritível, mas não há dúvidas de que os que assim vivem estão agradecidos por poder ao menos ter esperança no fim desse conflito.