A Rússia recusou uma solicitação da África do Sul para que não envie o presidente Vladimir Putin à cúpula do BRICS, que ocorrerá no próximo mês, em Joanesburgo. O pedido foi feito pois o país africano teme um incidente diplomático internacional caso Putin compareça à cúpula.
Isso porque o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de prisão contra Vladmir Putin, em março deste ano. O TPI acusa Vladmir Putin de deportação ilegal de crianças ucranianas, dentre outros crimes. Devido à acordo assinado pelo país africano, o presidente russo deve ser preso no momento do desembarque.
Anteriormente, autoridades russas disseram ao The Moscow Times que a presença de Putin no evento permanecia incerta, diante da decisão do TPI.
País é obrigado a prender presidente russo em caso de visita
A África do Sul é obrigada a prender Putin pois é um dos 123 signatários do Estatuto de Roma, que rege o TPI. Pelo Estatuto, criminosos condenados pelo tribunal devem ser presos no exato momento que desembarquem dentro do território de qualquer um dos países membros. O Brasil também é signatário do acordo.
“Entendemos que estamos vinculados ao Estatuto de Roma”, disse o vice-presidente sul-africano Paul Mashatile, ao The Guardian. “Mas não podemos convidar alguém e depois prendê-lo. Vocês entendem nosso dilema.”, declarou.
“Ficaríamos felizes se [Putin] não viesse”, desabafou Mashatile.
Brasil, Índia, China e África do Sul se opõem à realização virtual da cúpula do BRICS. Além disso, Índia e Brasil também rejeitam transferir a cúpula de 2023 para a China, o que agrava ainda mais a situação do país africano.
Um funcionário ligado ao Kremlin disse que a África do Sul forneceu “garantias de segurança” para Putin. Similarmente, Moscou declarou que o formato da próxima cúpula do BRICS ainda está sendo trabalhado.
A África do Sul não condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.
Fonte: The Moscow Times / The Guardian