O Inquérito Policial Militar (IPM) concluiu sua investigação sobre os ataques ocorridos em 8 de janeiro ao Palácio do Planalto, eximindo as tropas de culpa e apontando “indícios de responsabilidade” da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, ligada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
O relatório, que teve acesso exclusivo pela Folha de São Paulo, aponta a falta de planejamento adequado no início do governo Lula (PT) como um dos principais fatores que permitiram a invasão e minimiza o papel do Exército.
O general Carlos Feitosa Rodrigues, chefe da Secretaria à época, teve seu nome mencionado no documento. Consultado, Exército não se manifesta sobre o caso.
Papel do Departamento de Segurança Presidencial da Abin (DSeg)
O inquérito ressalta que o DSeg tinha a responsabilidade de acionar o deslocamento da tropa de choque do Exército para a proteção do Palácio do Planalto.
Além disso, era obrigação da secretaria buscar informações indispensáveis ao planejamento de ações preventivas junto à Abin e aos órgãos da Secretaria da Segurança Pública do Distrito Federal, o que não ocorreu.
A falta de informações e ações preventivas contribuíram para a vulnerabilidade do Palácio do Planalto durante os ataques.
Papel do general Carlos Feitosa Rodrigues
À frente da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, o general Carlos Feitosa Rodrigues teve sua gestão investigada.
Nomeado por Augusto Heleno, durante o governo bolsonarista, ele foi mantido no cargo por Gonçalves Dias no governo Lula.
O relatório do IPM não menciona o general diretamente, mas aponta “indícios de responsabilidade” da secretaria, na qual ele era o chefe.
Papel do Exército e do Comando Militar do Planalto
O relatório do IPM constatou que o número de militares no dia 8 de janeiro era menor do que no ano anterior, quando houve manifestações convocadas por Jair Bolsonaro contra o STF.
O Comando Militar do Planalto enviou apenas um pelotão para a proteção do Palácio do Planalto, o que foi considerado insuficiente diante do grande número de invasores e do comportamento agressivo dos mesmos.
A falta de planejamento e a atuação restritiva do Comando Militar do Planalto contribuíram para a falta de condições de reação das tropas durante os ataques.
Revista Sociedade Militar, com informações de Folha de São Paulo