O portal Sohu.com, que segundo a ferramenta online Similarweb, recebeu quase 300 milhões de visualizações no mês passado, fez duras críticas às Forças Armadas brasileiras. Em uma reportagem publicada no início do ano, o 2º maior portal de notícias da China chamou o Exército Brasileiro e as Forças Armadas de “o mais falso e vazio do mundo”.
Essa não é foi a única vez que o Sohu fez comentários negativos acerca do Exército brasileiro. Em junho deste ano, um outro artigo do portal já havia causado forte indignação entre os leitores da Revista Sociedade Militar.
A reportagem começa enaltecendo as Forças Armadas chinesas. “Se dissermos qual país tem a maior eficácia de combate militar, é sem dúvida a nossa China.”, diz o parágrafo. “Depois da China, a eficácia de combate dos exércitos dos EUA e da Rússia ocupa o segundo e o terceiro lugar.”, observa a matéria. Em seguida, o jornalista faz uma provocação, no mínimo, curiosa: “Mas qual país tem o pior exército?“. E conclui: “É o Brasil na América do Sul.”
Brasil na Segunda Guerra Mundial: “fracos e mal equipados.”
No parágrafo seguinte, o jornalista discorre sobre a presença da FEB, a Força Expedicionária Brasileira, no teatro de operações da Segunda Guerra Mundial.
“Durante a Segunda Guerra Mundial, Hitler disse uma vez que se os brasileiros soubessem lutar, as cobras poderiam fumar cigarros. Pode-se constatar [com isso[ que a eficácia de combate do exército brasileiro era extremamente pobre.”, diz a matéria. Na realidade, a FEB, contrariando as expectativas, se saiu muito bem durante o conflito, com frequência, produzindo resultados muito superiores ao de outras forças armadas beligerantes.
O texto continua: “Naquela época, durante a Segunda Guerra Mundial, os soldados brasileiros eram fracos e mal equipados, e foram varridos pelos alemães no campo de batalha. Pode-se dizer que o Brasil não estava lá para ajudar.” Esse parágrafo também vai de encontro com a maior parte das análises de sites e mídias especializadas, que citam que o Brasil teve geralmente um desempenho acima da média durante a Segunda Guerra Mundial.
Pouco investimento em equipamentos
A reportagem continua, citando alguns números. O artigo diz que “existem 280.000 militares ativos no Brasil, dos quais o Exército responde pela maior proporção, com um número de 170.000.” Na realidade, existem 360.000 militares ativos no país, dos quais 235.000 são do Exército Brasileiro.
O Sohu também cita gastos militares, dizendo que 80% do orçamento são “destinados a salários e gastos com aposentadorias e pensões”. Nesse ponto, o texto quase acertou. Atualmente, cerca de 78,2% do orçamento militar brasileiro é gasto apenas com pessoal.
O texto, então, sugere que isso faz com que o país tenha equipamento militar ruim. “A aquisição de armamentos e equipamentos[…] no Brasil é de apenas 1,3% [do orçamento], o que mostra a falta de armamentos.”
“Com sua fraca eficácia de combate e armamento atrasado, o Brasil tornou-se o exército com a pior eficácia de combate do mundo.”, sugere o artigo.
“O Brasil não tem ambição de se tornar uma potência militar”
Apesar da análise negativa, os números brasileiros são, de fato, melhores do que todos os nossos vizinhos imediatos. O Sohu acredita que esse seria, inclusive, um dos fatores que explicariam o suposto abandono das Forças Armadas. “O Brasil está localizado na América do Sul, cercado por alguns pequenos países, o que não constitui uma pressão estratégica sobre o Brasil. Além disso, a influência dos Estados Unidos se espalhou para a América do Sul e o Brasil não tem nenhuma preocupação.”, diz a matéria.
“Em segundo lugar, embora o Brasil seja uma potência econômica, não tem nenhuma ambição de se tornar uma potência militar, nem quer competir com os Estados Unidos pela hegemonia regional. Sob esse tipo de pensamento, o Brasil não tem inimigo estratégico nem inimigo imaginário, portanto, naturalmente, não precisa desenvolver vigorosamente suas forças armadas.”, observa o Sohu.
O jornalista ainda escreve que “o brasileiro é inerentemente livre e não quer ser constrangido por nada. O brasileiro defende aproveitar a vida e viver uma vida sem brigas com o mundo.”
No entanto, a reportagem termina com uma nota leve. No rodapé da matéria, o jornalista do Sohu termina com a seguinte frase: “De fato, se todos os países do mundo, como o Brasil, não tiverem a ambição de dominar o mundo nem exportar a ideia de democracia, o mundo inteiro se tornará muito mais harmonioso, e a humanidade não estará longe da paz permanente.”
Vale lembrar que a China é um dos países que mais investem em tecnologia militar e querem a todo custo ultrapassar os Estados Unidos em investimento e aquisição de equipamentos.
Fonte: Sohu