O círculo de generais próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que ocupavam cargos de destaque no governo, tem expressado desconforto em grupos restritos a membros das turmas na AMAN, que contam com a presença de civis e ex-militares.
A preocupação se dá pelo fato de algumas de suas comunicações restritas, encontradas no celular do coronel Mauro Cid e seu pai estarem sendo analisadas por peritos da Polícia Federal. Há também a inquietação de que essas mensagens possam ser acessadas por políticos de oposição, especialmente se forem requisitadas pela CPMI que investiga eventos ocorridos em 8 de janeiro.
A colunista Bela Megale em seu blog disse que: “A leitura de membros da cúpula das Forças é que, se mensagens não republicanas vierem à tona no celular do general quatro estrelas, a imagem do Exército, mais uma vez, será contaminada e o processo de pacificação, dificultado”
Outra colunista, Monica Bérgamo, revela que já há tensão entre o General CID, pai do coronel Mauro Cid, preso por conta de supostas falsificações em cartões de vacina. O general estaria reclamando de que enquanto o filho está preso o ex-presidente continua em liberdade e sem se movimentar para libertar aqueles que o serviam e estão agora presos.
Alguns militares admitem que é possível que “mensagens não muito republicanas” sejam encontradas e que isso poderá fazer com que “cabeças rolem” se estas vierem de algum militar ainda na ativa.
A situação política tornou-se mais tensa ainda com as recentes revelações sobre o comportamento de políticos que estavam próximos a Bolsonaro, incluindo a deputada Carla Zambelli, casada com um militar do Exército Brasileiro.
Em um desdobramento recente, o hacker Walter Delgatti Neto forneceu à Polícia Federal mensagens que sugerem pagamentos feitos pela deputada Carla Zambelli, totalizando aproximadamente R$ 40 mil. Delgatti alega que esses pagamentos foram para que ele invadisse sistemas judiciais. Ele foi detido anteriormente por invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça e por forjar um pedido de prisão contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
A deputada Zambelli é agora suspeita de ter ordenado tais invasões.
Até o momento, não existem evidências concretas contra o ex-presidente. No entanto, declarações recentes do advogado de Bolsonaro têm gerado preocupações no espectro político da direita.
A Polícia Federal está apurando a tentativa de venda ilegal de presentes que foram dados ao governo de Bolsonaro por delegações estrangeiras. Um nome, “Chase Leonard”, foi identificado em um recibo relacionado à recompra de um Rolex e também no celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Este Rolex, com avaliação bem alta, foi um presente da Arábia Saudita a Bolsonaro.
Adicionalmente, um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) sugere que o escândalo envolvendo as jóias sauditas pode ser mais extenso do que se imaginava inicialmente. O documento lista 257 pessoas físicas e 94 jurídicas, sendo que 40 delas foram beneficiárias de transações financeiras consideradas atípicas. Militares supostamente envolvidos movimentaram mais de R$ 11 milhões entre os anos de 2022 e 2023.
As investigações ainda estão em curso, com a Polícia Federal e o COAF atuando conjuntamente para esclarecer todas as possíveis irregularidades. À medida que novas informações vêm à tona, o ambiente político e judicial do Brasil se torna cada vez mais carregado, com todos aguardando os futuros desdobramentos desses escândalos..
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