O primeiro-ministro da Polónia disse ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, para nunca mais “insultar” os polacos. O episódio regressa à retórica dura em relação a Kiev por parte dos polacos, depois que o presidente do país tentou apaziguar a disputa entre os dois países sobre a questão das importações de cereais ucranianos.
Zelenskyy irritou os seus vizinhos em Varsóvia, um importante aliado militar contra a Rússia, por conta dessa disputa. O presidente da Ucrânia declarou à Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York que Kiev trabalha para preservar rotas terrestres para suas exportações de cereais no meio de um bloqueio russo ao Mar Negro. No entanto, argumentou Zelenskyy, o “teatro político” em torno das importações de cereais estava na verdade ajudando a causa de Moscou.
A declaração irritou os polacos.
Na semana passada, a Polônia prolongou a proibição das importações de cereais ucranianos, uma medida unilateral que inesperadamente rompeu com uma decisão prévia da União Europeia. A medida abalou a relação de Kiev com Varsóvia, que é vista como um dos seus aliados mais leais desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro do ano passado.
Polônia não vai mais enviar armamentos à Ucrânia
“Não tenho dúvidas de que a disputa sobre o fornecimento de cereais da Ucrânia ao mercado polaco é um fragmento absoluto de todas as relações polaco-ucranianas”, disse o presidente da Polónia, Andrzej Duda.
O comentário de Duda ocorreu depois que o primeiro-ministro Morawiecki teria dito que a Polônia não enviaria mais armas para a Ucrânia em meio à disputa de grãos.
“Já não transferimos armas para a Ucrânia porque agora estamos equipamento a Polónia com armas mais modernas”, justificou-se Morawiecki.
A Polónia está programada para realizar eleições parlamentares em 15 de outubro. O partido nacionalista Lei e Justiça (PiS), de Morawiecki, foi sobretudo alvo de críticas da extrema direita pelo que acreditam ser atitude subserviente do governo em relação a Kiev.
Fonte: Al Jazeera