É comum nas Forças Armadas a premissa de que apenas os comandantes expressam publicamentre as posições das instituições. Contudo, em relação ao que tem sido divulgado pela mídia nos últimos dias, acerca do suposto apoio do Almirante de Esquadra Almir Garnier a um “ensaio” de intervenção militar proposto pelo então presidente Jair Bolsonaro, a Marinha do Brasil, através de uma nota emitida em 21 de setembro, deixa claro que – caso de fato tenha ocorrido a mencionada reunião – o comandante não teria se pronunciado em nome da instituição.
O real significado disso é controverso. Surgem então questões cruciais: Garnier seria uma espécie de comandante figurativo? Caso o então comandante houvesse articulado uma ação conjunta entre Exército, Marinha e Aeronáutica em apoio a Bolsonaro, o Almirantado (o conselho maior de almirantes) não permitiria que as tropas o seguissem na empreitada?
Nota divulgada pela Marinha do Brasil
“A Marinha do Brasil (MB) esclarece que não teve acesso ao conteúdo de delação premiada do Tenente-Coronel Mauro Cid. Ademais, esta Força Naval não se pronuncia sobre processos investigatórios em andamento no âmbito do Poder Judiciário.
Ciente de sua missão constitucional e de seu compromisso com a sociedade brasileira, a MB, uma instituição nacional, permanente e regular, reafirma que orienta sua conduta pela estrita observância da legislação, valores éticos e transparência.
A MB reitera, ainda, que eventuais atos e opiniões individuais não expressam o posicionamento oficial da Força e que permanece à disposição da justiça para colaborar integralmente com as investigações. Centro de Comunicação Social da Marinha”
Robson Augusto – Revista Sociedade Militar