Publicada na Revista Sociedade Militar, a fala de uma deputada da oposição ao governo Lula provocou deboches pela internet. A deputada federal Clarissa Tércio (natural de Recife) aparece em um discurso na Câmara perguntando por que o Brasil não envia ajuda militar a Israel.
Segundo a parlamentar do Partido Progressistas – partido político brasileiro de centro-direita – a oferta de ajuda militar à Israel se daria como contrapartida e em retribuição à vinda de soldados israelenses durante a tragédia de Brumadinho.
O curioso é que existe um Acordo entre a República Federativa do Brasil e o Governo do Estado de Israel sobre cooperação em questões relacionadas à defesa. Publicado no Diário do Senado Federal n° 206, de 2021, o Acordo originou o Decreto Legislativo nº 12 de 13/04/2022.
A relatora do PDL (Projeto de Decreto Legislativo) foi a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS). O acordo de cooperação no setor de defesa (PDL 228/2021) foi assinado em 2019.
Pelo texto, o acordo entre Brasil e Israel terá ênfase no intercâmbio de tecnologias, treinamento e educação em questões militares.
O acordo ainda prioriza a colaboração em sistemas e produtos de defesa, além de disciplinar eventuais transferências a outros países.
Busca também promover cooperação na aquisição, pesquisa e desenvolvimento, apoio logístico e mobilização, assim como a troca de conhecimentos e experiências nas áreas operacional, científica e tecnológica.
“— O acordo permite aos dois países beneficiarem-se de projetos de interesse mútuo, intercambiar tecnologias, treinamento e educação não só em entidades governamentais, mas também privadas.
“Também trata das visitas mútuas de alto nível de delegações a entidades civis e militares, encontros entre representantes de instituições, intercâmbio de pessoal, participação em cursos de treinamento, estágios, seminários, visitas de navios e aeronaves militares.
E, ainda por cima, facilita as iniciativas comerciais relacionadas a material e serviços de defesa, aplicação de novas tecnologias, trocas de know-how e estímulo a licenças e royalties — resumiu a senadora Soraya Thronicke.