Nos últimos meses, portais como o Diálogo Américas, associado ao comando do Exército dos Estados Unidos, têm destacado a crescente influência da China na América Latina. Esta “ocupação” chinesa, tanto econômica quanto estratégica, tem sido motivo de atenção e preocupação por parte dos militares dos Estados Unidos.
Um exemplo concreto dessa ocupação de espaço é a pesca ilegal praticada por embarcações chinesas na região amazônica. Esta atividade não só ameaça a biodiversidade local, com a captura indiscriminada de espécies em risco de extinção, mas também tem impactos diretos na economia da região. Os habitantes locais veem, segundo políticos locais, seus meios de subsistência ameaçados por uma prática que parece ignorar as leis e regulamentações locais.
O portal Infobae ressalta que, além dos danos ambientais, a economia local está em risco. É evidente que a presença chinesa na América Latina é uma questão que vai além da economia e toca em aspectos estratégicos e ambientais, merecendo atenção global.
“Navios de pesca chineses usam uma técnica específica para arrastar mais peixes do oceano. Normalmente não podem fazer isso perto da costa, mas os chineses estão fazendo”, disse Carlos Augusto Gouvêa, prefeito de Soure, na Ilha do Marajó, ao Infobae.
Segundo o portal, com a técnica de arrasto maciço com redes, a China infelizmente consegue capturar os melhores peixes, obrigando pequenos barcos brasileiros a virem negociar para obter também ilegalmente alguns espécimes. Somente desse modo os pescadores brasileiros conseguem atender a demanda local.
Atividade prejudica bioeconomia da região
Esse tipo de atividade ilegal afeta fortemente os esforços do governo local, das autoridades do Pará e dos municípios do Marajó para desenvolver uma bioeconomia sustentável. Frear esse impacto é uma responsabilidade que as autoridades locais cobram do governo Lula, informou o Infobae.
A presença de navios chineses perto do Amazonas “tem um impacto muito forte, mas é uma coisa que não é da prefeitura, é do governo federal, é uma coisa que o governo central deveria cuidar.” declarou o prefeito Gouvêa.
“Não discutimos isso diretamente com Lula, mas o governo sabe que isso está acontecendo“, acrescentou.
O prefeito de Marajó destacou ainda que a Guiana Francesa, que faz fronteira com o Brasil ao norte, também sofre com a questão. No entanto, o país vizinho “tem uma estrutura melhor para combater esse problema” e impedir que navios chineses cheguem perto de suas costas. “Mas aqui na região de Marajó no Brasil, eles chegam muito perto das nossas costas com aquelas redes que arrastam os peixes”.
Este não seria o único ato criminoso praticado por barcos pesqueiros chineses na região.Além da pesca ilegal, há acusações de que navios estariam retirando água da Amazônia para vendê-la em outros lugares.
“Uma curiosidade é que os grandes cargueiros que passam por aqui, uma das coisas ilegais que eles fazem é encher os navios com água doce da Amazônia para levar para outras partes. Eles levam para o Oriente Médio, é mais barato tornar aquela água potável do que dessalinizar a água de lá”, disse Gouvêa.
Rafael Cvc. Revista Sociedade Militar
Fonte: Infobae