O Exército brasileiro admitiu que o roubo de 21 armas de fogo de um quartel em Barueri, São Paulo, teve a participação de militares que trabalhavam no local. Em entrevista coletiva na quarta-feira (01/11), o chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste, Maurício Vieira Gama, disse que os responsáveis foram punidos disciplinarmente e podem responder criminalmente pelo crime.
“O Exército brasileiro admitiu que o roubo de 21 armas de fogo de um quartel em Barueri, São Paulo, teve a participação de militares que trabalhavam no local. Em entrevista coletiva na quarta-feira (1º), o chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste, Maurício Vieira Gama, disse que os responsáveis foram punidos disciplinarmente e podem responder criminalmente pelo crime”, disse o general.
O general defendeu que o Exército está fazendo todos os esforços para recuperar as armas furtadas e evitar que elas sejam usadas para fins ilícitos. Até agora, foram encontradas 19 das 21 armas roubadas, sendo a maioria no Rio de Janeiro. O general disse que o Exército está colaborando com as polícias civil e militar nas investigações.
Ele defendeu os protocolos de segurança implementados pelo Exército, incluindo sistemas de vigilância como câmeras e alarmes. Contudo, constatou-se a necessidade de verificar esses procedimentos em resposta ao incidente.
“O processo [de segurança], desde o dia em que houve esse episódio, está sendo revisto, as pessoas estão sendo responsabilizadas, processos aperfeiçoados, mas todo nosso processo, em qualquer quartel, ele é muito eficiente. Tem câmeras, alarmes, toda sistemática para segurança do armamento”, concluiu.
Relembre o caso
O furto das armas ocorreu no dia 18 de setembro, quando foram levados do quartel 16 fuzis FAL 7,62 mm e cinco pistolas .45 ACP. As armas estavam em um cofre dentro de um paiol, que foi arrombado pelos criminosos. O furto só foi descoberto no dia seguinte, quando os militares perceberam a falta das armas.
O caso gerou repercussão nacional e levantou suspeitas sobre a segurança dos quartéis do Exército e o destino das armas furtadas. O Comando Militar do Sudeste instaurou um inquérito policial militar para apurar os fatos e identificar os envolvidos. O Ministério da Defesa também determinou uma auditoria nos arsenais das Forças Armadas.
As primeiras armas foram recuperadas no dia 20 de setembro, em uma operação conjunta entre o Exército e a Polícia Civil do Rio de Janeiro, na favela da Pedreira, na zona norte da capital fluminense. Na ocasião, foram apreendidos seis fuzis e quatro pistolas, além de munições e drogas. Três suspeitos foram presos.
No dia 23 de setembro, mais quatro fuzis foram encontrados em uma casa em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. No dia 25 de setembro, mais três fuzis foram localizados em um carro abandonado em São João de Meriti, também na Baixada Fluminense. No dia 27 de setembro, mais uma pistola foi recuperada em uma operação na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio.
Na madrugada desta quinta-feira (2), mais duas armas foram recuperadas pelo Exército e pela Polícia Civil do Rio, em um local não divulgado. Com isso, restam apenas duas armas desaparecidas: um fuzil e uma pistola.
O Exército informou que continua as buscas pelas armas restantes e que vai revisar os protocolos de segurança dos seus quartéis. O general Maurício Vieira Gama disse que o episódio foi inaceitável e que todos os autores serão responsabilizados.
Fonte: Agência Brasil