Um funcionário do governo paraguaio renunciou após revelação de que teria assinado um “memorando de entendimento” com representantes de um país fictício, liderado por um guru indiano procurado internacionalmente. O guru teria enganado ainda várias outras autoridades do país sul-americano.
Arnaldo Chamorro foi substituído como chefe de gabinete do Ministério da Agricultura do Paraguai na última quarta-feira, pouco depois de ter viralizado o caso da assinatura de documento oficial com representantes dos “Estados Unidos de Kailasa”, país inexistente.
No site de Kailasa, o país fictício é descrito como o “renascimento da antiga nação civilizacional hindu iluminada que está sendo revivida por hindus deslocados de todo o mundo”. Seu líder, um autoproclamado guru chamado Nithyananda, é procurado na Índia por diversas acusações, incluindo agressão sexual. Seu paradeiro atual, no entanto, é desconhecido.
Documento “do Paraguai”
Entre outras coisas, o documento assinado pela autoridade expressava sobre um “desejo e recomendação sinceros para que o governo do Paraguai considerasse, explorasse e procurasse activamente o estabelecimento de relações diplomáticas com os Estados Unidos de Kailasa e apoiasse a admissão dos Estados Unidos de Kailasa como Estado soberano e independente em diversas organizações internacionais, incluindo, entre outras, as Nações Unidas”, de acordo com publicação nas redes sociais.
Representantes do país fictício se reuniram com Chamorro e com o ministro da Agricultura, Carlos Giménez. Durante a entrevista, Chamorro reconheceu que não sabia onde Kailasa estava localizada. O paraguaio ainda disse que assinou o que caracterizou como um “memorando de entendimento” porque o país visitante se ofereceu para ajudar o Paraguai em uma variedade de questões, incluindo irrigação.
A revelação provocou um escândalo – e, sobretudo, muita zombaria nas redes sociais – no Paraguai. No entanto, esta não é a primeira vez que os autodenominados representantes dos Estados Unidos de Kailasa enganam os líderes internacionais. Anteriormente, no início do ano, os kailasianos conseguiram participar de uma reunião do comitê da ONU em Genebra. Além disso, também assinaram acordos com líderes locais nos Estados Unidos e no Canadá.
A conta de mídia social kailasiana comemorou cada uma dessas reuniões.
Fontes: The Guardian / PTI / The Hindu