Muita atenção cinematográfica já foi dada à missão de sequestro e resgate de reféns que ocorreu no Aeroporto de Entebbe, em Uganda, em 1976, sem dúvida. No entanto, nenhuma tão bem executada como esta.
“7 Dias em Entebbe” conta a história de terroristas palestinos, em conluio com cidadãos alemães membros do Grupo Baader-Meinhof, sequestrando um avião da Air France voando de Tel-Aviv para Paris.
“7 Dias em Entebbe” dramatiza esse evento, bem como a resposta israelense. Uma missão de resgate que desafia a morte em Uganda, país comandado pelo ditador Idi Amin, que surpreendemente trabalhava a favor dos terroristas. No entanto, na ocasião, Amin tentava transmitir a Israel e ao mundo que queria ajudar os reféns e resolver a crise.
250 reféns em perigo
O voo partiu de Israel com cerca de 100 israelenses entre os quase 250 passageiros a bordo. Posteriormente, os terroristas separaram os israelenses e libertaram o restante dos reféns. Recusando-se a negociar com terroristas, o primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin e o ministro da defesa Shimon Peres avaliam suas opções. Ambos eventualmente lutam entre si, até, posteriormente, dar luz verde a uma tentativa de resgate, como nunca havia sido feito antes.
O escritor Gregory Burke e o excelente diretor brasileiro José Padilha (de ambos os filmes Tropa de Elite, além do o recente remake de RoboCop, pra não falar do incrível documentário Ônibus 174) reuniram uma grande quantidade de informações para fazerem o filme.
Rosamund Pike e Daniel Brühl interpretam Brigitte e Wilfried, membros do Baader-Meinhof, que iniciam o sequestro baseado em seus próprios ideais e uma noção clara do que querem realizar. Posteriormente, a dupla é pega de surpresa pelos palestinos, que deixam claro que querem punir Israel, a menos que libertem um grande número de terroristas detidos em prisões israelitas.
Contudo, nas poucas vezes em que Idi Amin (Nonso Anozie) aparece, o ditador é retratado como uma espécie de comediante recebendo as vítimas de sequestro em seu “belo país”, embora os reféns nunca saiam do aeroporto ou mesmo do terminal.
Perspectiva dos sequestradores
Grande parte do filme é contada através dos olhos da equipe Baader-Meinhof. José Padilha, tanto quanto pode, tenta manter um certo equilíbrio na narrativa, permitindo que ambos os lados do conflito expressem seu descontentamento e indignação. O envolvimento alemão neste incidente parece motivado por um sentimento mais amplo de tentar corrigir uma grande injustiça no mundo, mas quando os terroristas começam a separar os judeus do grupo, os alemães estão perfeitamente conscientes de como isto vai parecer aos olhos do mundo. .
Acrescentando um curioso componente extra, Padilha também intercala trechos de ensaios e performances da brilhante produção da Batsheva Dance Company. O comovente número de dança ilustra brilhantemente o clímax da sequência do aeroporto. A tensão confunde-se com a obra de arte, o que torna o final surpreendentemente tocante.
A atuação é de primeira qualidade, especialmente de Pike, Ashkenazi e Marsan, todos os quais interpretam personagens apaixonados por suas crenças e causas. Padilha empenha-se em se ater aos fatos, sem exagerar de forma alguma no drama, o que funciona incrivelmente bem com esta história em particular. Não conhecer a história previamente com certeza aumenta o sentimento de excitação, mas mesmo saber o que acontece (como eu) não diminui a ansiedade. Um esforço nobre com resultados principalmente intensos. Parabéns, José Padilha e toda a equipe.