Durante a Segunda Guerra Mundial, em meio à grande gama de bravos soldados e batalhas históricas, a Força Expedicionária Brasileira, a FEB, surge muitas vezes como uma unidade desconhecida. No entanto, diferente do que muita gente pensa, principalmente, na Europa e nos EUA, a FEB gravou seu nome na Segunda Guerra Mundial com louvor ao lutar ao lado dos Aliados na Campanha Italiana de 1944 a 1945.
Hoje, embarcamos em uma jornada épica, desvendando os principais fatos e descobrindo as curiosidades que cercam a implacável Força Expedicionária Brasileira.
A Cobra Vai Fumar
Em um momento crucial de 1943, o Brasil assumiu uma postura resoluta, alinhando-se à causa Aliada contra as potências do Eixo. A partir daí, a FEB, uma força formidável de aproximadamente 25.700 soldados brasileiros, foi meticulosamente treinada e equipada para travar a guerra na Europa. O seu principal teatro de operações tornou-se a frente italiana, onde enfrentaram destemidamente as forças alemãs e italianas, deixando uma marca indelével na história.
No auge da Guerra, quando as forças aliadas buscavam desesperadamente frear o avanço das potências do Eixo, o Brasil surpreendeu o mundo ao enviar a sua Força Expedicionária Brasileira para lutar ao lado das tropas aliadas na Europa. Dizia-se que era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil efetuar essa missão. Por isso, foi criado o lema “A Cobra Vai Fumar”.
Então, no coração do espírito da Força Expedicionária Brasileira, ficou esse símbolo, marcando sua tenacidade inabalável. O emblema, uma obra-prima por assim dizer, apresentava uma cobra fumante elegantemente enrolada sobre um fundo amarelo. Apelidado de “Cobra Fumando”, este emblema personificava a determinação inabalável e a resiliência da unidade face à adversidade.
Samba em meio ao tiroteio
Em meio ao caos e aos conflitos da guerra, a presença da FEB na Itália promoveu um intercâmbio cultural inesperado. Os ritmos irresistíveis da música brasileira, incluindo o samba e a bossa nova, cativaram o povo italiano, deixando uma marca indelével em seus corações. Esta fusão única de culturas forjou um vínculo inquebrável entre o Brasil e a Itália, transcendendo as fronteiras do conflito.
O brilhante “Pro Brasileiro, Alemão é Sopa” é puro suco de Brasil.
A Batalha de Monte Castello: um triunfo em meio ao frio intenso
O maior desafio da FEB veio na Batalha de Monte Castello, uma posição estratégica nas montanhas. A tropa brasileira enfrentou condições climáticas adversas, terreno montanhoso e uma resistência feroz das tropas alemãs. Nesse cenário, o famoso lema “A Cobra Vai Fumar” começou a ecoar entre os soldados, simbolizando a determinação brasileira em enfrentar os desafios.
O combate terminou com uma vitória inspiradora. Contra todas as probabilidades, a FEB capturou valentemente Monte Castello, um reduto alemão estrategicamente vital. O triunfo em Monte Castello não só exemplificou a capacidade de combate dos soldados brasileiros, mas também serviu como um farol de esperança, acendendo as chamas da resiliência dentro das suas fileiras.
Nessa batalha, o Brasil sozinho sofreu pelo menos 400 baixas, mais de 1% de todo seu efetivo na Itália.
Reconhecimento e Reverência
O heroísmo e os sacrifícios dos soldados brasileiros não passaram despercebidos. O General Mark W. Clark, ilustre comandante do Quinto Exército dos EUA, elogiou a FEB, afirmando: “O povo brasileiro tinha o direito de estar orgulhoso dos feitos e sacrifícios de sua magnífica Fôrça Expedicionária Brasileira,
comandada comandada pelo chefe capaz e esclarecido general Mascarenhas de Moraes”. Tal reconhecimento por parte dos seus homólogos Aliados não só reforçou os ânimos da FEB, mas também solidificou o seu lugar entre o panteão dos heróis de guerra.
À medida que a poeira da guerra baixou, a Força Expedicionária Brasileira voltou para casa, no Brasil, como heróis célebres. Suas contribuições excepcionais durante a Segunda Guerra Mundial não apenas reforçaram a reputação internacional do Brasil, mas também incutiram um profundo sentimento de orgulho no país. Monumentos, memoriais e museus dedicados ao seu valor permanecem como testemunhos duradouros da sua coragem e sacrifício, garantindo que o legado da FEB continue vivo, inspirando as gerações futuras.
Rafael Cavacchini – Revista Sociedade Militar