Nesta semana, a Ucrânia disse que atacou com sucesso o navio Caesar Kunikov, na Crimeia. O ataque com drones se tornou o mais recente golpe à Frota do Mar Negro da Marinha Russa. De acordo com o boletim, o navio, um dos mais novos navios da Rússia, possui uma tripulação de 87 pessoas e já participou de guerras na Geórgia, na Síria, e atualmente atuava na Ucrânia.
Não houve comentários oficiais da Rússia sobre o ataque.
No entanto, o recém-nomeado chefe das forças armadas ucranianas, Oleksandr Syrskyii, não está otimista com relação ao panorama geral da guerra. Syrskyii visitou as tropas que lutam na linha de frente oriental, descrevendo a situação como “extremamente complexa e estressante”. De acordo com o chefe das forças armadas, as forças russas tem “uma vantagem numérica em pessoal”.
Ao mesmo tempo, ao menos três pessoas, incluindo uma criança, morreram durante bombardeio russo com mísseis na cidade de Selydove, na região de Donetsk, na Ucrânia. Autoridades disseram que um hospital e vários apartamentos foram danificados, deixando dezenas de feridos.
Similarmente, ao menos duas pessoas morreram e quatro ficaram feridas depois que um míssil russo S-300 atingiu um prédio de apartamentos em um vilarejo na região nordeste de Kharkiv, de acordo com a polícia local.
Política e diplomacia
O presidente dos EUA, Joe Biden, quer mais celeridade na votação de um projeto de lei que fornecerá US$ 61 bilhões em assistência crucial à Ucrânia. O projeto, no entanto, tem a oposição de Donald Trump, o provável candidato republicano nas eleições de novembro nos Estados Unidos. O Senado, por sua vez, já apoiou o projeto de lei no início dessa semana, que também inclui assistência a Israel e Taiwan.
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, insistiu para que os deputados americanos aprovem o projeto. De acordo com Stoltenberg, “isso não é caridade, mas um investimento na nossa própria segurança”. O secretário dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, também apelou aos membros do Congresso dos EUA. De acordo com o Secretário, os deputados devem “fazer a coisa certa” e aprovar o pacote de ajuda à Ucrânia.
Ao mesmo tempo, a ministra da Defesa holandesa, Kajsa Ollongren, disse à agência de notícias Reuters que a Holanda estava se juntando a uma coalizão militar com os aliados. Ao lado do Reino Unido, os holandeses pretendem fornecer à Ucrânia sobretudo tecnologia avançada de drones e reforçar suas capacidades ofensivas. Além disso, o ministro da Defesa canadense, Bill Blair, declarou que o Canadá doaria US$ 44 milhões à Ucrânia para ajudar na guerra contra a Rússia.
Putin assina lei para confiscar bens de quem for contra o governo
O presidente russo assinou uma lei que permite às autoridades confiscar os bens de pessoas condenadas por espalhar “informações deliberadamente falsas” sobre o governo russo e seus militares.
A lei, assinada por Putin nesta quarta-feira, tem como alvo indivíduos condenados por uma série de crimes. Esses crimes incluem sobretudo “descrédito” do governo e divulgação de fake news. As penas podem ser desde o confisco de dinheiro até de bens e propriedades. Além disso, o decreto também se aplica aos que incitem publicamente “atividades extremistas”.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a lei, que atinge críticos exilados com propriedades na Rússia, não tem “absolutamente” nada a ver com confiscos de estilo soviético. De acordo com Peskov, os temores de que pudesse ser mal utilizada na prática eram “infundados”.
Posteriormente, o presidente da Duma, a câmara legislativa da Rússia, Vyacheslav Volodin, declarou que o alvo era “canalhas e traidores, aqueles que hoje cospem nas costas dos nossos soldados, que traíram a sua pátria”.
Fonte: Reuters / Al Jazeera