O presidente francês Emmanuel Macron declarou nesta quinta-feira que a França não descartaria qualquer opção para apoiar a Ucrânia. Anteriormente, o presidente surpreendeu muitos na Europa ao recusar descartar o envio de tropas para o país, o que poderia escalar ainda mais a guerra, que já dura dois anos.
Já no início desta semana, Macron apelou aos aliados da Ucrânia para não serem “covardes” no apoio ao país ex-soviético na luta contra a invasão russa.
De acordo com alguns líderes partidários, Macron defende uma abordagem agressiva para combater o presidente russo, Vladimir Putin. A líder do Partido Verde, Marine Tondelier, disse que foi “extremamente preocupante” ver Macron dizer na reunião de hoje que “devemos mostrar que não temos limites” também.
Jordan Bardella, presidente do partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), disse que implorou a Macron “para não entrar em guerra com a Rússia”. Já o peso pesado de extrema esquerda Manuel Bompard acrescentou: “Cheguei preocupado e saí ainda mais preocupado”.
“Solidariedade total”
O parlamento francês irá votar a estratégia do país para a Ucrânia, incluindo um tratado de segurança bilateral assinado com Kiev no mês passado.
Os debates e votações acontecem na próxima terça-feira na Câmara Baixa da Assembleia Nacional. Posteriormente, na quarta-feira, as votações serão na Câmara Alta do Senado.
Antes da reunião de quinta-feira com a oposição, Macron falou com os seus antecessores, François Hollande e Nicolas Sarkozy, no Palácio do Eliseu. Posteriormente, falando aos jornalistas, Hollande apelou a mais ajuda para a Ucrânia, bem como à unidade europeia.
“A única resposta possível é mostrar que estamos com os ucranianos em total solidariedade, que lhes estamos a dar todo o apoio de que necessitam, sem participarmos nós próprios em qualquer combate”, disse Hollande.
Questionado sobre a possibilidade de enviar tropas, o antigo presidente socialista disse: “A minha posição sobre questões militares é: quanto menos dissermos, melhor”.
Batalha eleitoral
Na quarta-feira, a porta-voz do governo, Prisca Thevenot, disse que era “bastante óbvio” que o partido de extrema direita RN não estava alinhado com o apelo de Macron para fazer tudo para garantir a derrota da Rússia.
O RN é o maior partido da oposição na câmara baixa do parlamento francês.
Contudo, em uma aparente resposta a Macron, Putin alertou para um risco “real” de guerra nuclear e disse “que também temos armas que podem atingir alvos no seu território”.