A pesquisa realizada pelo Ministério Público Militar sobre o atendimento prestado nos hospitais militares do Rio de Janeiro, ocorrida entre outubro e novembro de 2023, contou com a participação de 1.579 pessoas. A intenção do MPM foi aferir a satisfação dos usuários, incorporando indicadores que meçam o resultado da atenção/assistência prestada pelos estabelecimentos avaliados.
A Revista Sociedade Militar obteve em primeira mão os dados apurados pelo Ministério Público Militar. No que diz respeito à participação do público, militares e pensionistas das três forças armadas responderam os questionários. Entretanto, impressiona bastante o engajamento dos militares da Marinha do Brasil na empreitada de iniciativa do Ministério Público Militar para conhecer melhor e, consequentemente, tentar melhorar o atendimento no sistema de saúde militar.
O Ministério Público informou à RSM que os dados coletados na pesquisa serão tratados diretamente com diretores dos hospitais das três Forças Armadas e que no momento nem todas as informações podem ser divulgados para não dificultar a fiscalização dos hospitais. Portanto, os dados não são tratados individualmente, mas de acordo com a relevância de cada conjunto de reclamações…”.
O número de participações dos militares da marinha corresponde a 81,1% do total, com 1282 questionários entregues. Em segundo lugar vieram os militares do Exército Brasileiro, com 175 questionários entregues, 11,2% das participações e por último os militares da Força Aérea, que entregaram 122 questionários, perfazendo 7,7 % do total dos participantes.
Os números da pesquisa sobre os hospitais militares das Forças Armadas
A pesquisa realizada como parte do projeto Saúde em Forma categorizou o atendimento nos hospitais das Forças Armadas no Rio de Janeiro como Muito bom, Boa, Regular e Muito e deu aos 1.579 participantes a possibilidade de se manter no anonimato. Abaixo, para melhorar o entendimento acerca dos números, restringimos a categorização a apenas 3 tipos, unindo muito ruim a ruim e muito bom a bom, mantendo o regular.
Hospital Naval Marcilio Dias (HNMD) – 1282 questionários entregues
- Avaliaram como muito ruim (15.21%) ou ruim (22.62%): 37,83%
- Avaliaram como atendimento muito bom (16,85%) ou bom (15,83): 32,68%
- Avaliaram como regular: 29,10%
Hospital do Exército – 173 questionários entregues
- Avaliaram como muito ruim (25,14%) ou ruim (17.71%): Soma 42.85%
- Avaliaram como atendimento muito bom (10,86%) ou bom (11.43): Soma 22.29%
- Avaliaram como regular: 33.71%
Hospital da Força Aérea do Galeão – 122 questionários entregues
- Avaliaram como atendimento muito bom (16,39%) ou bom (19,67%): 36,06%
- Avaliaram como muito ruim (12,3%) ou ruim (21,31%): 33,61%
- Avaliaram como regular: 28,69%
Observações
O número de participações de certa forma foi surpreendente, o que demostra que a família militar pode estar cada vez mais se compreendendo como um cliente dos sistemas de saúde das Forças Armadas. O quantitativo deixa claro ainda que o temor de represálias contra aqueles que expressam a opinião sobre “questões internas” diminuiu. E, por último, a participação massiva demonstra ainda a compreensão de que a participação nesse tipo de projeto pode auxiliar autoridades responsáveis a corrigir equívocos e melhorar os sistemas.
Entre os questionários relacionados à Marinha, o maior número de opiniões foi aquelas que classificavam o atendimento como ruim ou muito ruim (37.83%). O hospital da Força Aérea recebeu número majoritário de opiniões apontando o atendimento como muito bom ou bom (36.06%) e o Hospital do Exército recebeu teve predomiância de avaliações dos seus usuários qualificando-o como muito ruim ou ruim (42.85%).
Robson Augusto – Revista Sociedade Militar