O AAV-7A1 AMTRAC , mais conhecido como Veículo de Assalto Anfíbio, ou LVTP-7, é um veículo blindado de transporte de pessoal e é construído pela US Combat Systems, um subconjunto da BAE Systems Land & Armaments. O AAV está em serviço no Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos desde 1972 e é usado por dez nações em todo o mundo desde a sua introdução.
O veículo é capaz de ser lançado do mar por navios anfíbios para trazer elementos de assalto rapidamente para a costa. Apesar de seu grande tamanho, o AAV-7A1 não possui blindagem pesada para suportar o disparo de armas de grande calibre.
No Brasil esses veículos anfíbios são utilizados pelos fuzileiros navais do Batalhão de Viaturas Blindadas para desembarcar as forças de assalto e os seus equipamentos, durante as operações anfíbias para atingir os objetivos terrestres, e para conduzir operações mecanizadas e prover apoio ao combate, em subseqüentes operações mecanizadas em terra.
Amtrack é a abreviatura para Amphibious Track, ou Trator Anfíbio. No Brasil, eles não tiveram apelido.
O Corpo de Fuzileiros Navais precisavam realizar estudos e pesquisas voltadas para a aquisição de veículos anfíbios a altura das necessidades de atualização do conceito naval de projeção em terra e assim seriam estabelecidas as bases que determinariam a futura operação de um novo veículo a ser adquirido, sendo criada o embrião de uma unidade que receberia a designação de Companhia de Carros Lagarta Anfíbios (CiaCLAnf). Estes estudos apontavam que a escolha óbvia, recairia sobre o modelo produzido pela empresa norte americana FMC Corporation o LVTP-7 (Landing Vehicle, Tracked, Personnel), que já era empregado com êxito pelo Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha dos Estados Unidos (USMC).
Em termos operacionais, a escolha estava embasada também em experiências de oficiais brasileiros que já haviam entrado em contato com este modelo, em treinamentos conjuntos com seus pares norte-americanos anteriormente. Somando a este fator, o grande sucesso no emprego dele, pelos Fuzileiros Navais da Argentina (Imara), durante a invasão das ilhas britânicas no início da guerra das Falklands Malvinas em 1982. Um acordo para aquisição seria firmado em setembro de 1984, junto ao Departamento de Estado do Governo Norte-Americano, fazendo uso dos vantajosos termos do programa de Vendas Militares a Estrangeiros (FMS – Foreign Military Sales). Este contrato envolveria a obtenção de doze carros do tipo Veículo de Assalto Anfíbio (Assault Amphibian Vehicle), dispostas na versão modernizada do FMC AAV-7A1, oriundas dos estoques Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados (USMC). Estas viaturas haviam sido recentemente revisadas e retiradas do serviço ativo, passando a compor a reserva técnica daquela força, apresentando assim um excelente nível de conservação. Este lote seria dividido em dez unidades na versão de transporte de tropas, um carro comando e um veiculo do tipo oficina.
Estes “novos” FMC AAV-7A1 seriam recebidos em julho de 1986, sendo desembarcados no píer da Praça Mauá no Rio de Janeiro, e ao serem incorporados ao acervo do Corpo de Fuzileiros Navais, foram classificados e denominados como Carros Lagarta Anfíbios (CLAnf). Em um breve período de três meses, seriam conduzidos programas envolvendo os cursos de operação e manutenção da nova viatura, e após a conclusão deste estágio, os carros seriam oficialmente, incorporados junto a Companhia de Carros Lagarta Anfíbios (CiaCLAnf). O início das operações deste novo veículo, representaria um passo significativo na evolução da doutrina da guerra anfíbia no Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), sendo prioritariamente, utilizados no apoio ao combate, os Carros Lagarta Anfíbios (CLAnf) Transporte de Pessoal, passariam a ser empregados para realizar o Movimento Navio para a Terra (MNT), aumentando assim a mobilidade, provendo significativa proteção blindada, proporcionando a ampliação do poder de fogo das tropas embarcadas, por meio do emprego dos armamentos orgânicos das viaturas. O emprego dessas viaturas permitiu que fossem executados desembarques em trechos do litoral, até então impossíveis de se realizar com as embarcações de desembarque de carros, aumentando assim o poder de choque e a impulsão das vagas de assalto, devido às velocidades desenvolvidas, tanto na água como no terreno e sob proteção blindada. Extremamente versáteis os blindados FMC AAV-7A1 CLAnf, passariam a ser intensamente empregados em tarefas de transporte de pessoal e carga, operando a partir de navios de desembarque de doca, como o G-30 Ceará ou navios doca multipropósito como o G-40 Bahia. Estas viaturas dispõem de capacidade de transporte de até vinte e cinco militares totalmente equipados para combate (incluídos os três componentes da guarnição). Os FMC AAV-7A1 CLAnf, podem ainda ser operados como como viatura de apoio logístico, podendo transportar até 4.536 Kg de carga geral, preferencialmente paletizada. Sua versatilidade pode ainda ser comprovada em operações de transporte no ambiente urbano, quando alguns destes carros tiveram destacada participação, durante as ações em prol da segurança pública de Garantia da Lei e Ordem (GLO) deflagrada pelo Governo Federal no estado do Rio de Janeiro, no ano de 2010, atuando em ações de invasão das comunidades da zona sul daquela metrópole.
O grande êxito obtido no emprego operacional dos Carros Lagarta Anfíbios (CLAnf) do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), levaria o comando da Marinha do Brasil a estudar a aquisição de um segundo lote deste modelo, com negociações sendo conduzidas novamente junto ao Departamento de Estado Americano. Em meados de 1986, este processo receberia a autorização oficial do governo daquele país, resultando na celebração de um contrato junto ao fabricante United Defense Limited, para a compra de quatorze carros do modelo de segunda geração, sendo dez da versão de transporte AAVP-7A1, um carro comando AAVC-7A1 e um carro socorro AAVR-7A1. Estas novas viaturas apresentavam muitas melhorias, estando equipadas com uma nova torre automatizada, armada com uma metralhadora pesada M-2HB de calibre .50 (12,7 mm) e um lançador de granadas de 20 mm MK-19.
Visualmente os carros destes dois lotes diferem em alguns detalhes, como por exemplo a alteração da especificação de diversos parafusos de fixação de componentes. Este aumento da frota aumentaria em muito a capacidade de operação da Companhia de Carros Lagarta Anfíbios (CiaCLAnf). No ano de 2018, O Corpo de Fuzileiros Navais procederia a aquisição de vinte e três novos CLAnf (3ª geração), Em relação as gerações anteriores, os veículos da mais nova geração possuem motor mais potente, uma nova transmissão e um sistema de suspensão mais robusto, oferecendo melhor mobilidade, maior velocidade e melhores condições de conforto e segurança para a tropa embarcada, contribuindo para o aumento da capacidade da Marinha do Brasil em projetar poder sobre terra por meio de Operações Anfíbias.
Variantes e dados técnicos dos CLANFs AAVP-7A1
AAVP-7A1 (Pessoal) : Este é o AAV mais comum, pois carrega uma torre equipada com uma metralhadora pesada M2HB 12,7 mm (calibre .50) e um lançador de granadas automático Mk19 40 mm. Ele carrega quatro rádios da tripulação, bem como o sistema de intercomunicação AN/VIC-2. É capaz de transportar 21 fuzileiros navais equipados para combate, além da tripulação de 4: motorista, chefe de tripulação/comandante do veículo, artilheiro e tripulante de retaguarda.
AAVC-7A1 (Comando) : Este veículo não possui torre, e grande parte do espaço de carga do veículo é ocupado por equipamentos de comunicação. Esta versão possui apenas dois rádios de tripulação e, além do VIC-2, também carrega dois VRC-92, um VRC-89, um rádio UHF PRC-103, um rádio HF MRC-83 e o sistema de interconexão MSQ usado para controlar os vários rádios. Este AAV tem uma tripulação de 3 pessoas e, adicionalmente, transporta 5 operadores de rádio, 3 membros da equipe e 2 oficiais comandantes. Recentemente, o C7 foi atualizado para usar rádios da classe Harris Falcon II, especificamente o PRC-117 para VHF/UHF/SATCOM e o PRC-150 para HF.
AAVR-7A1 (Recuperação) : Este veículo também não possui torre. O R7 é considerado o “destruidor”, pois possui guindaste e também a maioria das ferramentas e equipamentos necessários para reparos em campo. É de longe o mais pesado dos três e fica consideravelmente mais baixo na água. Tripulação de três, mais os reparadores.
Após uma longa carreira de mais de 50 anos em atividades anfíbias e de combate nos EUA, parece que há um movimento em andamento para a finalização da era desses dragões anfíbios Amtracks.
Em junho de 2018, o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA anunciou que havia selecionado o SuperAV com rodas BAE Systems / Iveco para o programa Veículo de Combate Anfíbio (ACV) para complementar e, em última instância, substituir o AAV.
Ficha técnica
Peso: 29,1 ton
Tripulação: 3 tripulantes + 21 soldados
Velocidade de saída: 24–32 km/h off-road, 72 km/h na superfície, 13,2 km/h na água
Blindagem do veículo: 40 mm
Armamento:
primário Lança-granadas automático Mk 19 de 40 mm e uma metralhadora pesada M2HB .50 de 12,7 mm
Motor: Detroit Diesel 8V-53T (P-7), 400 hp Cummins VTA-903T (P-7A1), 525 hp
Suspensão: barra de torção em tubo (AAV-7A1); barra de torção (AAV-7RAM-RS)
Alcance:
operacional (veículo): 480 km; 20 NM (Milha Náutica) na água, incluindo a sobrevivência em Sea State 5 (Estado de Mar 5)
Velocidade: 24–32 km/h off-road, 72 km/h na superfície, 13,2 km/h na água
Comprimento: 7,94 m (26 pés 1 pol.)
Largura: 3,27 m (10 pés 9 pol.)
Altura: 3,26 m (10 pés 8 pol.)
Equipe: 3+21