O surto de dengue na América Latina atingiu níveis alarmantes. Os casos já ultrapassam pelo menos 5,2 milhões este ano. De acordo com Jarbas Barbosa, diretor da Organização Pan-Americana de Saúde, a OPAS, “[é] uma situação de emergência”.
Segundo a pesquisadora Maria Victoria Micieli, do Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica da Argentina, “chamamos a dengue de ‘epidemia silenciosa’ porque a situação da COVID-19 ofuscou um pouco a questão da dengue, à medida que a circulação diminuiu durante as medidas de quarentena”.
A velocidade com que a dengue se espalha pelo continente não tem precedentes. Em 2024, a dengue ceifou pelo menos 1.800 vidas. Nos primeiros três meses deste ano, esse número passou de 1.000.
Argentina e Brasil são os que mais sofrem com a epidemia
Brasil e Argentina foram os países mais atingidos, representando a maioria dos casos. Na Argentina, registrou-se um recorde de 57.461 casos nas primeiras oito semanas de 2024. Aumentos sérios também estão sendo observados em outros lugares.
De acordo com autoridades médicas do Peru, os casos e mortes mais do que triplicaram em 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. O governo combate a doença especialmente nas zonas mais pobres. Além disso, a Presidente Dina Boluarte aprovou um “decreto de emergência” para acelerar a resposta nacional.
Embora exista uma vacina, a OPAS alertou que a disponibilidade limitada significa que a transmissão não pode ser controlada imediatamente.
“Vacinar-se será importante para não sobrecarregar o sistema de saúde”, disse Micieli.
A dengue é uma doença viral transmitida por mosquitos que está se espalhando rapidamente pelo mundo devido a fatores como urbanização e viagens.