Lloyd Austin, secretário de Defesa dos Estados Unidos, corroborou relatos sobre a interrupção do envio de armas para Israel. A administração do presidente Joe Biden enfrenta crescente pressão para condicionar a ajuda ao principal aliado americano em meio ao conflito em Gaza.
Austin testemunhou perante um subcomitê do Congresso dos EUA na quarta-feira. O secretário disse que o governo Biden suspendeu “um carregamento de munições de alta capacidade” devido a preocupações com os planos das forças militares israelenses de avançar sobre a cidade de Rafah, no sul de Gaza.
O secretário de Defesa enfatizou a preocupação com um possível ataque de grande escala de Israel a Rafah. Além disso, ressaltou a importância de prestar contas e proteger os civis na área de combate.
Austin destacou que ainda não foi tomada uma decisão final sobre o envio de armas. No entanto, reiterou o compromisso dos EUA em apoiar o direito de defesa de Israel.
Primeiro passo
O senador norte-americano Bernie Sanders saudou a pausa da administração Biden na transferência de armas, mas disse que “deve ser um primeiro passo”.
“Os EUA devem agora usar toda a sua influência para exigir um cessar-fogo imediato, o fim dos ataques a Rafah e a entrega imediata de enormes quantidades de ajuda humanitária às pessoas que vivem em desespero”, disse Sanders num comunicado.
De acordo com Sanders, “nossa influência é clara. Ao longo dos anos, os Estados Unidos forneceram dezenas de milhares de milhões de dólares em ajuda militar a Israel.”
No início deste ano, o Tribunal Internacional de Justiça emitiu um aviso significativo a Israel, alertando sobre a possibilidade de genocídio em Gaza. A ordem instava Israel a tomar todas as medidas possíveis para evitar sobretudo atos genocidas contra os palestinos na região.
Embora Israel tenha negado veementemente as acusações de genocídio, o aviso do tribunal destaca as preocupações internacionais crescentes em relação à situação em Gaza.