A Venezuela criticou o exercício militar coordenado entre EUA e Guiana feito na última quinta-feira, 9 de maio, quando 2 aviões norte-americanos sobrevoaram a capital Georgetown.
Yván Gil, ministro das Relações Exteriores, disse que o sobrevoo “ameaça a zona de paz” acordada em dezembro de 2023 por Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, e Irfaan Ali, presidente da Guiana.
Vladimir Padrino López, ministro da Defesa venezuelo, classificou a manobra como parte das “repetidas provocações” dos Estados Unidos, inimigo histórico do chavismo.
“Nosso Sistema Integral de Defesa Aeroespacial permanece ativado em caso de qualquer tentativa de violação do espaço geográfico venezuelano, incluindo nosso Território de Essequibo”, postou Padrino na rede social X (antigo Twitter).
Após a Embaixada Americana informar sobre a operação, a Guiana confirmou o exercício militar. “O governo da Guiana aprovou o sobrevoo de dois F/A18F Super Hornets da Marinha dos Estados Unidos em Georgetown”.
A Venezuela passou a reivindicar mais intensamente o território de Essequibo, hoje administrado pela Guiana, em 2015, após a descoberta de campos de petróleo. A área tem cerca de 160 mil km², equivalente a 70% do território guianense, e também é rica em minerais.
Em 3 de abril deste ano, Maduro chegou a publicar uma lei que cria uma província venezuelana em Essequibo, por mais que toda a comunidade internacional reconheça o território como pertencente à Guiana.
A partir desse documento, chamado de Lei Orgânica para a Defesa de Essequibo, o país proíbe a divulgação do mapa político da Venezuela sem a inclusão do território.
Em 3 de dezembro de 2023, Maduro promoveu um plebiscito para consultar a população sobre a anexação do Estado. De acordo com a Venezuela, 95% dos eleitores aprovaram a medida.
Por fazer fronteira com a Guiana e a Venezuela, as Forças Armadas Brasileiras ampliaram a presença de militares na região. Por terra, o único caminho possível para a Venezuela invadir a Guiana é passando pelo Norte de Roraima, algo que o Brasil já afirmou não permitir em hipótese alguma.