Comandante do Exército, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva. Foto: Agência Brasil
Matéria publicada na Revista Sociedade Militar mostrou trechos de uma entrevista concedida ao jornal Estadão, no dia 7 de junho, pelo Comandante do Exército, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva.
Das viagens à China, passando pela ascensão das primeiras mulheres ao generalato, a entrevista tocou em pontos bastante sensíveis. Um dos mais polêmicos foi a reativação da Comissão de mortos e desaparecidos da ditadura militar, que segundo o general “já está definido”.
Questionado na entrevista sobre o fato de que [os militares] “continuam com uma aprovação bem alta, só que algumas pesquisas mostram que quem agora é contra os senhores é a direita...”, Tomás Paiva respondeu:
“Não, não é que a direita seja contra. E também não podemos quantificar a direita e a esquerda, porque o Exército é de todos os brasileiros. Mesmo daqueles que são contra a gente. Vamos defendê-los da mesma maneira.
“O Exército brasileiro não pode ter lado. Ele é de todos os 203 milhões de cidadãos brasileiros. São um alvo do nosso interesse.
“Olha o Rio Grande do Sul, agora. Quando começou a ter crítica ou problema de pessoal achar isso, achar aquilo, a gente continua lá. E fazendo com gosto.
“Você sabe o problema que eu tenho agora no Rio Grande do Sul? É que as pessoas não querem rodízio. O cara quer continuar na missão.
“O cara que está na missão é voluntário e o cara quer continuar trabalhando. Muitas vezes tem pessoa atingida pela enchente trabalhando. Pessoa que perdeu tudo. Tem soldado trabalhando para limpar creche, para limpar escola.
“Tem engenharia trabalhando para remover escombro. Tem gente fazendo trabalho pesado, trabalhando na logística. Toda semana sai um comboio.
“Agora, estamos usando viatura operacional, não só viatura administrativa, aquelas viaturas baú, usando viatura operacional, porque são deslocamentos, conseguimos botar os donativos em trem e em navio.
“Já movimentamos quase 2 mil toneladas de carga para o Sul. Então isso o cara está fazendo porque é o coração, não?
“O Exército é de todos.“