Na esteira da entrevista concedida ao Estadão na última sexta-feira, 7 de junho, o General Tomás Paiva, Comandante do Exército Brasileiro, revelou um fato pouco conhecido dos brasileiros: a existência de um intercâmbio militar entre Brasil e China e a presença de um cadete chinês na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).
Segundo Paiva, o cadete chinês passou um ano na Aman, cursando as mesmas disciplinas e vivendo as mesmas experiências que os cadetes brasileiros. “Teve até cadete chinês que passou um ano na Academia Militar das Agulhas Negras“, revelou o comandante. Essa iniciativa seria parte da estratégia do Exército Brasileiro de fortalecer a cooperação militar com países estratégicos, como a China.
O intercâmbio militar entre Brasil e China também inclui o envio de militares brasileiros para cursos e treinamentos na China.
“Com a China, a gente já tinha uma relação anterior muito boa. Essa relação de cooperação já era muito patente no intercâmbio de cursos. A gente já tinha militares que a gente mandava para lá, ainda tem até hoje, tem militares que fazem curso na China. E também recebemos militares chineses para cursar no Brasil nas nossas escolas“, disse o comandante.
Paiva destacou a importância dessa troca de experiências para o aprimoramento das capacidades do Exército Brasileiro, especialmente em áreas como ciência e tecnologia e indústria de defesa.
“A gente espera aumentar a colaboração na cooperação acadêmica, obviamente, que eu acho que já existe, é muito boa. Também na parte de ciência e tecnologia, eu acho que tem coisas para a gente poder conversar, porque eles são um polo de pesquisa de ciência e tecnologia. E também na parte de indústria de defesa, interessante, porque eles estão avançados nessa área. Esses são os principais temas que são comuns e que interessam os dois países“, concluiu Paiva.