A FAB (Força Aérea Brasileira) divulgou que está estudando a compra de um lote usado de aeronaves americanas F-16. A medida seria uma espécie de paliativo para a defesa do país devido, principalmente, ao alto custo do programa dos caças Gripen.
Essa informação foi apurada pela Folha de São Paulo junto a integrantes da FAB. Entretanto, a notícia vazou por meio do site britânico Janes, especializado em assuntos militares. Segundo a publicação, a FAB negocia com os Estados Unidos a compra de 24 Lockheed Martin F-16 Fighting Falcons.
Ainda segundo o Janes,que teria recebido a informação de um oficial brasileiro de alta patente, a FAB pretende tomar a decisão rapidamente, ainda antes do final de 2024, mesmo que as negociações estejam em fase inicial.
Em 2014, a FAB encomendou 36 Gripens por US$ 5,4 bilhões (R$ 28,9 bilhões na cotação atual do dólar), e era esperado que comprasse um segundo lote de 36.
Entretanto, segundo o militar ouvido pelo Janes, “o financiamento insuficiente levou a FAB a buscar opções mais baratas para substituir seus antigos caças”.
O programa Gripen foi iniciado em 2013 com a escolha da Saab, empresa sueca de defesa militar e segurança civil, para o fornecimento dos caças de próxima geração para a FAB.
O contrato, firmado em outubro de 2014, estabelece que as unidades deverão ser entregues até 2027 sob o custo de 39,3 bilhões de SEK (coroas suecas), o que dá aproximadamente R$ 19,8 bilhões na cotação atual.
Até o momento, a FAB recebeu 7 aeronaves. Além do alto custo, a velocidade do cronograma, que estaria atrasado, tem incomodado o governo brasileiro.
Segundo fontes ouvidas pela Folha, esse anúncio pode, inclusive, ser uma espécie de pressão do governo Lula sobre os suecos para melhorar as condições da negociação em curso para aquisição de mais Gripens.
Uma das possibilidades é o Brasil vender alguns cargueiros Embraer KC-390 para a Suécia em troca de aumentar o contrato original em 25% para aquisição de mais 14 aviões.