O Capitão de Mar e Guerra da Reserva Frederico Antonio Saraiva Nogueira, suplente da Marinha no Cembra (Centro de Excelência para o Mar Brasileiro), afirmou à agência Marinha de Notícias que o cidadão comum brasileiro não tem uma mentalidade marítima satisfatória.
Nogueira estava se referindo à uma ausência de comprensão considerável sobre os aspectos econômicos, ambientais, científicos e de soberania da Amazônia Azul e se amparou na pesquisa O Brasil e o Mar no Século XXI, divulgada recentemente no próprio site do Cembra.
“É importante ressaltar alguns números sobre o mar brasileiro. É pela Amazônia Azul que trafega mais de 95% de nosso comércio exterior, é produzido cerca de 95% do petróleo nacional e 85% do gás natural, além de 99% do tráfego de dados nacionais ser feito por cabos submarinos instalados no Oceano Atlântico. O mar brasileiro é, ainda, fonte de recursos vivos, minerais e sítios ambientais, sem falar nos portos, centros industriais e de energia, vitais para a economia do Brasil”.
Segundo o capitão, “essas informações precisam chegar à sociedade, para que, cada vez mais, se conheça o potencial que uma nação marítima tem no âmbito da Economia Azul, e trabalhar para um futuro sustentável com recursos para as próximas gerações”.
O Dia do Oceano ocorreu em 8 de junho e a Primeira Avaliação Global Integrada das Nações Unidas sobre o Ambiente Marinho concluiu que grande parte dos oceanos está seriamente degredada, o que tende a piorar com o aumento populacional.
O que é a Amazônia Azul?
Segundo a Marinha, a Amazônia Azul é a região que compreende a superfície do mar, águas sobrejacentes ao leito do mar, solo e subsolo marinhos contidos na extensão atlântica que se projeta a partir do litoral até o limite exterior da Plataforma Continental brasileira.
“Mais do que um espaço geográfico, a Amazônia Azul deve ser vista como um conceito político-estratégico remetendo à importância do Poder Marítimo ao Brasil. A Amazônia Azul é patrimônio nacional, fonte de riqueza e cobiça, a ser protegido, preservado e explorado, com sustentabilidade”.